Bolsonaro não sabia de minuta de estado de sítio achada com Cid, diz defesa

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma que ele não sabia da existência de uma minuta de estado de sítio.

Advogado diz que Bolsonaro pediu para ler o documento por não ter conhecimento dele. Segundo Paulo Amador da Cunha Bueno, que representa o ex-presidente, a minuta foi enviada pela própria defesa ao celular de Bolsonaro em 18 de outubro de 2023, quando ele já não estava mais na Presidência.

A defesa alega que minuta foi impressa porque Bolsonaro acha ruim ler pelo celular. Bueno afirma que foi essa a impressão encontrada na sede do PL, em Brasília, durante operação da PF deflagrada nesta quinta-feira (8). Ainda segundo a defesa, o arquivo digital da minuta já estava nos autos da investigação faz tempo e foi encontrado originalmente no celular de Mauro Cid.

Bueno defende que assunto “não tem relevância que inicialmente se poderia supor”. “Resta evidente, portanto, que o documento apreendido na data desta sexta-feira (9) é exatamente aquele que foi encaminhado por mim, na condição de seu advogado, contendo o quanto havia sido apreendido em maio no telefone do tenente-coronel Mauro Cid”, disse Bueno em vídeo publicado nas redes sociais de Bolsonaro.

Advogado diz que vai registrar em ata diálogo que teve com Bolsonaro para enviar minuta. “Venha então à defesa trazer esse esclarecimento para que não haja qualquer tipo de confusão com relação ao quanto foi encontrado”, acrescentou a defesa do ex-presidente.

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ÍNTEGRA DO QUE DISSE O ADVOGADO DE BOLSONARO

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro tomou ciência na data desta sexta-feira (9) [nesta quinta-feira (8)] de que, no curso da diligência de busca e apreensão levada a efeito pela Polícia Federal nas dependências do Partido Liberal em Brasília, teria sido localizado um documento consistente na suposta minuta do que seria um decreto de estado de sítio.

A localização do referido documento, como era de se esperar, principalmente no contexto da investigação deflagrada desta sexta-feira (9), rapidamente repercutiu e gerou rumor e celeuma nos veículos de imprensa, que imediatamente passaram a formar a suposição de que essa seria uma prova cabal do envolvimento direto do ex-presidente no objeto da investigação.

A defesa do ex-presidente, portanto, vem a público esclarecer que referido documento não se tratava e não vinculava o ex-presidente de forma alguma a um golpe de estado.

Tratava-se, sim, de uma minuta que se encontrava armazenada no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e que, por ocasião de sua prisão à vida em maio do ano passado, foi objeto de apreensão.

Referidos arquivos rapidamente repercutiram na imprensa nacional e foram disponibilizados aos advogados constituídos naqueles autos.

O ex-presidente Bolsonaro, a fim de tomar pé de todos os elementos constantes na investigação que se encontra em andamento, solicitou a mim, na condição de seu advogado, que encaminhasse ao seu telefone celular, ao seu aplicativo de mensagens, o referido documento, o que foi feito na data do dia 18 de outubro de 2023.

Recebido o documento em seu telefone celular, o presidente, que não é adepto de leitura na tela pequena, na tela diminuta de um telefone celular, solicitou à sua assessoria que procedesse à impressão em papel do documento.

E assim foi feito.

Resta evidente, portanto, que o documento apreendido na data desta sexta-feira (9) é exatamente aquele que foi encaminhado por mim, na condição de seu advogado, contendo o quanto havia sido apreendido em maio no telefone do tenente coronel Mauricite.

Esse episódio ratifica, mais uma vez, que o ex-presidente não tinha ciência ou qualquer envolvimento na confecção de minutas que pudessem, de alguma forma, atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Ratifica que desconhecia, de forma absoluta, quaisquer minutas que tenham sido confeccionadas à sua revelia.

Vem então à defesa trazer esse esclarecimento para que não haja qualquer tipo de confusão com relação ao quanto foi encontrado, observando que irá apresentar a ata notarial das mensagens trocadas diretamente nos autos da investigação, a fim de que esse fato não seja dado a relevância que inicialmente se poderia supor.

Redação / Folhapress

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