BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Decidindo colocar em prática seu teste de popularidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro caminhou nesta sexta (8) pela famosa rua Florida no centro de Buenos Aires até chegar ao hotel onde se encontra o presidente eleito argentino Javier Milei, com quem se reuniu por volta das 10h, por cerca de uma hora.
“Foi uma conversa entre amigos, ele fez um breve retrato do que vive a Argentina no momento. A questão mais importante é a economia. Todo mundo sabe disso. A escola dele é a austríaca, a do [ex-ministro da Economia] Paulo Guedes é uma outra, a de Chicago, que tem os mesmos objetivos”, disse Bolsonaro ao sair.
“Ele vai ter que tomar medidas mais rápidas. Temos uma hiperinflação no horizonte. Ele pretende conter obviamente isso daí. O número de delegações que ele vai receber no domingo é muito grande e é um sinal de que a Argentina é um país muito importante para o mundo”, completou.
Ele deu ainda uma indireta ao presidente Lula (PT), que decidiu não ir à posse e enviar seu chanceler Mauro Vieira após receber um convite formal de Milei. “A esquerda quer a união pelo poder. Nós queremos a união pelo bem-estar da sua população e respeitando, obviamente, a autonomia de cada país.”
Em um vídeo do encontro publicado por ele, aparecem também o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro Gilson Machado Neto (Turismo).
Do lado argentino, estão Patricia Bullrich, ex-rival de Milei e sua nova ministra da Segurança, e Giovanni Larosa, assessor de campanha de Milei. É ele quem faz o vínculo do ultraliberal com Eduardo Bolsonaro e a delegação de congressistas e governadores brasileiros que viajaram tanto para as eleições quanto para a posse.
Nesta quinta (7), Wajngarten afirmou à Folha que os dois líderes da direita almoçariam juntos, o que acabou não acontecendo.
JÚLIA BARBON / Folhapress