GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou a aliados que irá neste domingo (27) acompanhar cinco votações em Goiás, incluindo a do deputado federal Gustavo Gayer (PL), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal na sexta-feira (25), e do seu candidato à Prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues (PL).
Uma equipe precursora do ex-presidente estava neste sábado em Goiânia e já percorreu os cinco locais de votações, que englobam a capital e as duas outras maiores cidades do Estado, Aparecida de Goiânia e Anápolis, ambas próximas à capital.
Pelo roteiro montado, Bolsonaro irá acompanhar o voto de Fred às 8h, depois irá para Aparecida de Goiânia estar ao lado de Professor Alcides (PL).
Daí volta a Goiânia para acompanhar o voto de Gayer. Depois, do senador Wilder Morais (PL). Por fim, ele vai a Anápolis para a votação do seu candidato na cidade, Márcio Corrêa (PL).
Bolsonaro trava uma queda de braço no estado com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Os dois têm candidatos concorrentes em Goiânia e em Aparecida de Goiânia.
Na capital, o nome do governador é Sandro Mabel (União Brasil). Em Aparecida, Leandro Vilela (MDB).
Em Anápolis a candidata de Caiado não foi para o segundo turno. Lá o PL disputa a etapa final da eleição contra o PT.
Neste sábado (26), Bolsonaro gravou e publicou vídeo confirmando a ida a Goiânia neste domingo (27) mesmo após operação da PF que atingiu Gayer (PL-GO) e as suspeitas que pesam contra seu candidato à Prefeitura da cidade.
No vídeo, Bolsonaro voltou a atacar Caiado, com quem trava uma disputa na atual eleição. Bolsonaro citou a decisão da Justiça Eleitoral que afirma que o governador usou a máquina do estado para comprar votos a favor de Mabel.
“O outro lado você sabe, né? O pessoal do biscoitinho [Mabel], a esquerda junto O outro governador aí [Caiado] já respondendo por ter usado a máquina para comprar votos de eleitores Vamos mudar Goiânia” disse Bolsonaro no vídeo.
Ele também mencionou no nome de Gayer. Na sexta-feira o deputado foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal sob suspeita de desviar recursos da cota parlamentar. A autorização para a operação partiu do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, um dos principais desafetos do bolsonarismo.
O deputado nega qualquer irregularidade.
Integrantes do PL estariam tentando demover Bolsonaro da ideia de ir à Goiânia neste domingo diante do risco de um abalo em sua imagem no caso da derrota de Fred.
O candidato de Bolsonaro na cidade passou por grande desgaste após a PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Goiás ter informado à Justiça Eleitoral que ele não é formado em direito, ao contrário do que havia declarado ao registrar a candidatura.
Antes da campanha, Fred foi ainda diretor de promoção de mídias sociais da Assembleia Legislativa de Goiás, cargo que, pelas regras da Casa, só pode ser ocupado por pessoas com formação superior completa. A Assembleia disse ter aberto sindicância para apurar o caso.
O candidato diz que cumpriu todas as disciplinas obrigatórias, incluindo a monografia, mas que não colou grau porque desistiu de seguir na carreira. Ele corrigiu as informações prestadas à Justiça.
RANIER BRAGON / Folhapress