SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – Bombeiros marítimos encontraram o corpo de Beatriz Tavares da Silva Faria, 27, na tarde desta quarta-feira (2). Ela é uma das duas desaparecidas após naufrágio de lancha na noite de domingo (29) em trecho conhecido como Garganta do Diabo, em São Vicente, na Baixada Santista. O corpo foi reconhecido pela família pouco antes das 17h no IML (Instituto Médico Legal) de Santos.
Aline Tamara Moreira de Amorim, 37, ainda é procurada por equipes do GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimo) e Marinha com apoio do Helicóptero Águia da Polícia Militar.
As buscas ocorrem até o anoitecer e não têm data para acabar. Os outros cinco ocupantes do barco conseguiram escapar sem ferimentos graves.
O caso provocou a abertura de dois inquéritos: um administrativo, da Capitania dos Portos, órgão da Marinha, e outro policial, pela Delegacia de Polícia de São Vicente. Responsáveis pelo barco serão ouvidos, assim como familiares das vítimas e testemunhas.
O naufrágio ocorreu após a chegada de uma onda forte, recorda a sobrevivente Camila Alves Carvalho, 20.
“A gente se jogou nas pedras para sobre viver”, relatou Carvalho em publicação no Instagram. “Ninguém estava com colete e cada um tentou salvar a sua vida. E não tinha ninguém drogado ou alcoolizado, como estão falando por aí”, conta.
Além dela, foram socorridos com vida Vanessa Audrey da Silva, Daniel Gonçalves Ferreira, Gabriela Santos Lima e o piloto do barco, Natan Cardoso Soares da Silva. Ele não foi localizado pela reportagem.
Órgão da Marinha, a CPSP (Capitania dos Portos de São Paulo) informa, por nota, que “todos os envolvidos no acidente estão sendo convocados para prestarem esclarecimentos que levem à identificação das possíveis causas e responsabilidades”. Acrescenta, ainda, que “foi instaurado um IANF (Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos de Navegação) já na noite do dia 29 de setembro para avaliações preliminares”.
ÁREA É CONHECIDA POR ONDAS E CORRENTES INTENSAS
A Garganta do Diabo fica na praia de Paranapuã, entre Ilha Porchat e o Parque Estadual Xixová-Japuí.
É um estreitamento que apresenta muitas ondas, correntes intensas e bancos de areia –daí seu apelido intimidador, difundido há décadas entre navegadores, oceanógrafos e, mais recentemente, surfistas.
Outro motivo para o nome, segundo o Instituto Histórico e Geográfico de Santos, é o fato de que, visto de cima, o formato da ilha de São Vicente lembraria um “diabo”, e a “fenda”, ao lado da Ilha Porchat, seria a garganta.
JOÃO PEDRO FEZA / Folhapress