Bombeiros combatem incêndio no Parque do Cocó, em Fortaleza, que já dura 48 horas

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Bombeiros tentam conter um incêndio de grandes proporções que atinge o Parque Estadual do Cocó, em Fortaleza (CE), nesta sexta-feira (19). O fogo começou na noite de quarta (17) e chegou a ser controlado, mas retornou na quinta-feira (18) pela manhã.

As chamas se espalharam por uma área entre o bairro Cidade 2000 e a avenida Sebastião de Abreu na capital cearense. A Defesa Civil do Ceará afirmou que não há residências próximas e que não houve vítimas.

Militares do Corpo de Bombeiros do Ceará, da Defesa Civil, e do Batalhão de Polícia do Meio Ambiente atuam no local. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio.

O Parque Estadual do Cocó é o maior parque natural em área urbana das regiões Norte e Nordeste, e o quarto da América Latina, sendo o maior fragmento verde da capital cearense, com extenso manguezal e dunas milenares no entorno.

Os bombeiros foram acionados para um incêndio no parque no fim da tarde de quarta-feira. O fogo foi contido por volta de 21h30. No entanto, por volta das 8 horas da manhã desta quinta, a corporação foi acionada novamente após o surgimento de um novo foco na região.

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Mudança do Clima, a região afetada é cercada por vegetação e com difícil acesso para viaturas, o que dificulta o trabalho das equipes. Além disso, o capim seco e o vento forte, comuns nesta época do ano, têm ajudado o fogo a se espalhar.

“É um trabalho muito lento, porque o vento é muito forte, o que propicia cada vez mais o fogo na vegetação, mas estamos atuando ininterruptamente”, afirmou o coronel Cláudio Barreto, comandante-geral do Corpo de Bombeiros, em vídeo divulgado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do estado.

A fumaça se espalhou por vários bairros da capital e regiões mais distantes como Granja Lisboa, a cerca de 20 km de distância do parque. Nas redes sociais, moradores relataram que sentiam um cheiro forte e dificuldade para respirar.

O coronel Wagner Maia, comandante adjunto do Corpo de Bombeiros, disse que ainda não é possível determinar a proporção do incêndio nem o impacto sobre a biodiversidade do local.

“Muita fumaça não permite identificar onde começa e termina o fogo, trata-se de um tipo de incêndio de contato físico, é o homem trabalhando com piquetes e fazendo abafamento”, afirmou Maia, em comunicado à imprensa.

A técnica do Parque Estadual do Cocó Viviane Bezerra disse que a área afetada não tem incidência de fogo desde 2020 e que pela primeira vez um incêndio ocorre no mês de janeiro.

“Normalmente acontece no segundo semestre, por conta da secura, calor e ventos, típicos da época, contribuindo para baixar o nível da água no área e secar o capim, que se transforma em combustível para fogo, um processo natural”, afirmou.

Em agosto de 2020, essa mesma área foi atingida por um evento de fogo de grandes proporções. No ano seguinte, outro grande incêndio atingiu uma área próxima da Avenida Murilo Borges.

O governador Elmano de Freitas (PT) disse, nas redes sociais, que determinou rigor na investigação sobre as causas do incêndio.

Em 2023, mais de 17,3 milhões de hectares foram queimados no Brasil. A área é maior do que o estado do Ceará, segundo levantamento da plataforma Monitor do Fogo do MapBiomas divulgados nesta quinta (18).

O pico das queimadas ocorreu nos meses de setembro e outubro, com 4 milhões de hectares atingidos pelo fogo em cada mês.

Em dezembro, os dados mostram que a amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo, com 1,3 milhão de hectares queimados -um aumento de 463% em relação ao mesmo período do ano anterior.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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