SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) escolheu a avenida Paulista e a Estrada das Lágrimas, em Heliópolis, para encerrar a sua campanha às eleições de 2024 neste sábado (26).
No último dia de campanha, o psolista comparou as eleições municipais com o embate entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022. “Essa eleição vai ser na bacia das almas. Vocês lembram da vitória do Lula em 2022”, afirmou durante a tarde.
Por volta das 10h, apoiadores começaram a ocupar um pedaço da Paulista, na esquina com a rua Augusta. Uma faixa da avenida foi interditada.
Boulos se juntou ao grupo às 10h37 e foi carregado nos ombros por um militante até o carro de som.
Com músicas da campanha, o público dançava e gritava palavras de ordem com referência a virada neste domingo (27).
Entre funcionários da equipe, houve quem transitava com boné com a letra B, algo feito pelo candidato Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno, esse com a letra M.
A candidata a vice, Marta Suplicy, Marina Silva (Rede) e Luiza Erundina (PSOL) também compareceram na parte da manhã.
Na ausência do presidente Lula (PT), alguns petistas marcaram presença na Paulista, como José Dirceu e o ministro Paulo Teixeira. Deputados e vereadores aliados também subiram no carro do som.
Havia a expectativa por parte de Boulos de contar com a presença do presidente neste sábado. No entanto, o mandatário ficou em Brasília se recuperando de uma queda e não deverá votar neste domingo.
Lula postou nas redes sociais neste sábado vídeo ao lado de Boulos em que pede voto no deputado, diz que, se eleito, ele “será o melhor prefeito da história da cidade de São Paulo” e reforça que o número de urna dele é o 50. No primeiro turno, mais de 48 mil eleitores anularam o voto ao digitar na urna o 13, do PT.
O presidente também afirma que o candidato “fez uma opção de vida, de estar ao lado dos mais humildes, dos mais necessitados” e que ele é vítima de uma campanha de medo que também o atingiu, com as afirmações de que “é radical” e “faz invasão de terra” ele liderou o MTST (movimento de moradia).
“O Boulos não é radical, apenas defende aquilo que vocês querem, fala aquilo que vocês falariam se estivessem no lugar dele e defende o povo trabalhador, o povo da periferia […], defende gente.”
Do carro de som na Paulista, os apoiadores de Boulos criticaram o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e pregavam fé na virada, uma vez que o atual prefeito liderou as pesquisas neste segundo turno.
O locutor, inclusive, chegou a dizer que o resultado desde domingo irá surpreender o Datafolha.
A caravana desceu pela rua Augusta e dispersou na praça Roosevelt, onde Boulos e Erundina fizeram breve discurso.
“Teve um prefeito que teve a chance dele e não fez. Estou pedindo à população de São Paulo que me dê essa chance”, disse Boulos. “Não faltem. Vão amanhã. Urna não é lugar da gente depositar medo”, prosseguiu.
Durante à tarde, Boulos pediu para o público que acompanhava a pedir votos aos amigos e familiares e, inclusive, nas redes sociais.
“Vocês precisam ser a mão, os braços e as pernas desse candidato. Heliópolis já virou, agora vamos virar São Paulo”, disse ele, aos berros.
Ele também rebateu que seja extremista, como vem pregando seus adversários, e disse que irá governar com um time de especialistas.
“Eu me preparei, trouxe a Marta para ser vice. Vamos dialogar com todos”, falou o psolista que não é o candidato escolhido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
À tarde, o psolista fez o seu último ato de campanha em Heliópolis, porém não esteve acompanhado da vice e contou com a presença do ministro Alexandre Padilha (Relações Internacionais). A previsão, segundo a assessoria de imprensa, é que Boulos vote neste domingo, às 9h no Campo Limpo.
A caminhada, que começou na Estrada das Lágrimas, terminou na rua da Mina Central. Às 16h15 Boulos entrou em um carro e deixou o local.
Também neste sábado, foi divulgado um vídeo com a participação da primeira-dama Janja e de outras apoiadoras de Boulos para relembrar o registro policial de violência doméstica feito pela esposa de Nunes contra ele em 2011. O prefeito reagiu: “A Janja fez isso? Que baixaria”, disse.
CARLOS PETROCILO / Folhapress