Boulos lidera em rejeição, mas certeza de voto em Nunes cai em 2 semanas, aponta Datafolha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Guilherme Boulos (PSOL) é citado por 55% dos eleitores paulistanos como um candidato em quem não votariam de jeito nenhum neste segundo turno contra Ricardo Nunes (MDB), segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (24), a três dias da votação.

A alta rejeição é apontada por rivais e aliados como o maior entrave para que o deputado federal consiga modificar o quadro a ponto de vencer o atual prefeito. Em intenções de voto, Nunes está à frente, com 49%, ante 35% de Boulos. Na pesquisa anterior, os percentuais eram de 51% e 33%, respectivamente.

O novo levantamento mostra ainda que 37% dos entrevistados não votariam de forma nenhuma em Nunes. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

O Datafolha também perguntou a chance de o eleitor votar com certeza ou talvez votar em cada um dos postulantes.

Nessas questões, há um sinal de alerta para Nunes, já que num intervalo de duas semanas caiu o percentual dos que com certeza votariam nele. A parcela era de 48% na primeira pesquisa do instituto no segundo turno, oscilou para 45% na seguinte e agora é de 41%.

Já a faixa dos que talvez votariam no emedebista, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), era inicialmente de 15%, foi para 20% e agora é de 21%.

No caso de Boulos, a parcela dos que declaram que com certeza votariam nele é de 32%. Nos levantamentos anteriores, ele teve 30% em ambos. E o grupo que diz talvez votar no deputado, apoiado pelo presidente Lula (PT), agora corresponde a 13% —eram 11% há duas semanas e 13% na semana passada.

O Datafolha entrevistou 1.204 eleitores paulistanos nesta terça (22) e quarta-feira (23). Encomendado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob o código SP-07600/2024. O nível de confiança é de 95%.

A rejeição a Boulos é ainda maior do que a média geral entre os eleitores que dizem ter votado em Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno e que são almejados pelo deputado do PSOL agora.

No grupo que preferiu Marçal, 83% não votariam de jeito nenhum no candidato de Lula, 8% talvez votariam e 8% votariam com certeza. O segmento indica estar mais próximo de Nunes, já que os percentuais em relação ao emedebista são de, respectivamente, 15%, 26% e 58%.

Já entre os eleitores de Tabata Amaral (PSB), que também são disputados agora, 36% se recusam a escolher Boulos, 35% votariam com certeza nele e 29% talvez votariam. Indagado sobre Nunes, o grupo se divide em 51%, 20% e 30%, respectivamente.

Apesar dos apoios do ex-presidente e do presidente, os eleitores que declaram ter escolhido um ou outro no segundo turno da eleição de 2022 não se transferiram automaticamente para os apadrinhados.

Entre os que optaram por Bolsonaro, 10% não votariam de jeito nenhum em Nunes e 17% talvez votariam —a maioria, 73%, votaria com certeza.

No eleitorado que preferiu Lula, 23% rejeitam votar em Boulos e 15% talvez votariam, enquanto 61% respondem que com certeza votariam.

JOELMIR TAVARES / Folhapress

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