Boulos pede ‘noção’ de que rivais são bolsonaristas após confronto com Tabata em debate

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Guilherme Boulos, o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, disse neste domingo (29) que “as pessoas têm que ter a noção” de que há dois nomes bolsonaristas com chances de vencer a eleição.

Referia-se ao duelo verbal que teve na véspera com Tabata Amaral (PSB), adversária que o fustigou no debate da TV Record sobre recuar de posições passadas. Mais especificamente, a defesa da descriminalização das drogas e resistência em rotular a Venezuela como ditadura, pontos diluídos nesta reta final de campanha.

“A gente está diante da última semana de uma eleição onde estamos enfrentando dois bolsonaristas. As pessoas têm que ter noção e o significado a gravidade do que isso representa pra cidade de São Paulo”, disse ao ser questionado pela Folha sobre o confronto com Tabata, uma aliada em potencial caso passe para o segundo turno.

O psolista está em empate técnico com Ricardo Nunes (MDB) na liderança, com Pablo Marçal (PRTB) colado em terceiro, os bolsonaristas a que aludiu, segundo a última pesquisa Datafolha, enquanto a deputada vem num distante quarto lugar, embolada com José Luiz Datena (PSDB).

Boulos repetiu a estratégia de tratar prefeito e influenciador como duas faces da mesma moeda bolsonarista. Não quis dizer qual deles prefere enfrentar caso passe para a segunda etapa eleitoral.

Marçal representa “esse bolsonarismo mais violento, e Nunes, o bolsonarismo que tenta se vender como moderado, civilizado, mas é alguém que disse já que o 8 de janeiro não foi tentativa de golpe”.

O deputado federal do PSOL contemporizou a falta de mais eventos de rua com Lula (PT) em sua campanha. Visto como maior cabo eleitoral da chapa, o presidente cancelou uma agenda com Boulos neste final de semana. Até aqui, só participou de um ato com o candidato que fez o PT desistir pela primeira vez da candidatura própria na capital paulista, para apoiá-lo.

Lula, apontou Boulos, fez gravações com ele. Também deve dar as caras em evento na véspera do pleito. “E a única campanha que ele foi fazer atividades no Brasil todo foi a nossa.” Um comício no Campo Limpo, bairro onde o psolista mora.

Boulos escolheu Brasilândia (zona norte paulistana) para fazer uma carreata a uma semana da eleição. Sua vice, Marta Suplicy (PT), o acompanhou.

Posou com candidatos a vereador de sua coligação e pulou com personagens de um genérico da Carreta Furacão: Mário Bros, Tartaruga Ninja, Chaves e companhia. Não arrastou multidões no trajeto, mas empolgou alguns moradores no caminho, que acenavam efusivamente de volta. Um ou outro fez o M com as mãos, símbolo de Marçal nesta corrida eleitoral.

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER / Folhapress

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