SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O candidato Guilherme Boulos (PSOL) termina a campanha à Prefeitura de São Paulo com uma parcela de 52% do eleitorado dizendo que não votaria nele de jeito nenhum, segundo pesquisa Datafolha deste sábado (26), véspera da votação do segundo turno. Seu adversário, Ricardo Nunes (MDB), sofre rejeição de 37% dos paulistanos.
Na pesquisa anterior, de quinta-feira (24), o deputado do PSOL era repelido por 55%, e o candidato à reeleição, pelos mesmos 37%.
O atual prefeito lidera em intenções de votos válidos (descontando brancos e nulos), com 57%, contra 43% de Boulos.
O percentual dos eleitores que dizem que votarão com certeza em Nunes é de 44%. Eles eram 41% no levantamento de quinta-feira, depois de terem começado a corrida do segundo turno no patamar de 48%. Já os que dizem que talvez votem no emedebista são 18% (no levantamento anterior, eram 21%).
Quando a pergunta é sobre Boulos, 34% dos entrevistados dão certeza de que votarão nele (na quinta, totalizavam 32%). Já uma parcela de 13% diz que talvez vote no deputado, fatia que não se alterou.
O Datafolha entrevistou 2.052 eleitores paulistanos nesta sexta-feira (25) e sábado (26). Encomendado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob o código SP-01690/2024. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Depois de ter aceitado o convite de Pablo Marçal (PRTB) para ser entrevistado por ele, que foi o terceiro colocado no primeiro turno, e acenado a eleitores do influenciador, Boulos viu sua rejeição dentro do segmento ficar estável e expressivamente superior à de Nunes.
Entre entrevistados que votaram em Marçal, 82% dizem na pesquisa deste sábado que não votariam jamais no deputado (na sondagem de quinta, eram 83%). Já os que talvez votem são 9% (eram 8%) e os que votariam com certeza são 8% (também eram 8%).
Na live que fez com o autodenominado ex-coach, na sexta-feira, Boulos não citou o laudo falso apresentado por Marçal para tentar associá-lo a consumo de drogas e defendeu a educação financeira nos colégios, uma das promessas do influenciador enquanto candidato.
Marçal disse que o postulante do PSOL não terá seu voto, mas tampouco Nunes merecerá seu apoio. Ele indicou que, caso compareça às urnas, anulará o voto, o que foi comemorado pela equipe de Boulos nos bastidores, já que pode estimular simpatizantes do influenciador a pelo menos não optarem pelo prefeito ou nem comparecerem aos locais de votação, ampliando a abstenção.
Já em relação a Nunes, os eleitores de Marçal se expressam da seguinte forma: 63% votariam com certeza no prefeito, 20% talvez votem e 15% não votariam de maneira nenhuma.
A rejeição sempre foi uma pedra no sapato da campanha de Boulos, que desde o primeiro turno adotou medidas para tentar reduzi-la, dada a avaliação de que um patamar muito elevado poderia ser determinante para a vitória ou a derrota em eventual segundo turno.
O candidato passou por um processo de moderação da imagem, que deu lugar no segundo turno a uma mistura do estilo mais suave que vinha apresentando com uma versão mais contundente e indignada, numa tentativa de se aproximar do tom antissistema de Marçal que arrebatou 28% do eleitorado.
Na primeira pesquisa do Datafolha no segundo turno, a rejeição a Boulos estava em 58%. Ele conseguiu reduzir o percentual gradualmente ao longo da campanha, com oscilações para baixo dentro da margem de erro das duas pesquisas seguintes, que era de três pontos para mais ou para menos. Após marcar 56% e 55% nesse quesito, ele chegou aos 52% de agora.
JOELMIR TAVARES / Folhapress