Brasil deve crescer mais com emprego aquecido e impacto menor de enchentes, diz FMI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O FMI (Fundo Monetário Internacional) ficou mais otimista com a economia brasileira em 2024, revisando para cima a previsão de crescimento para o país neste ano. Para 2025, a perspectiva é de um desempenho levemente inferior.

As projeções estão no mais recente World Economic Outlook, relatório publicado nesta terça-feira (22).

Para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, a expectativa do FMI é de um crescimento de 3% em 2024 e de 2,2% em 2025 —respectivamente, 0,9 ponto acima e 0,2 ponto abaixo do que era estimado no relatório divulgado pelo Fundo em julho.

Segundo o documento, a previsão de crescimento mais robusto para o Brasil se dá pelo fortalecimento do consumo interno e de investimentos na primeira metade do ano.

Isso é visto pelo FMI como reflexo de um mercado de trabalho mais aquecido, maiores transferências governamentais e impacto econômico menor do que o esperado das enchentes no Rio Grande do Sul.

O Fundo também espera que o desemprego no Brasil feche este ano e 2025 em patamares mais baixos do que no ano passado, com uma taxa de 7,2% para ambos os períodos.

No entanto, com a política monetária ainda restritiva e o esperado arrefecimento do mercado de trabalho, a entidade agora espera o crescimento levemente inferior em 2025.

Pelo Boletim Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira (21), também houve ligeira melhora na expectativa para a expansão do PIB em 2024, agora em 3,05%, vindo de 3,01% na semana anterior.

Em comparação com os demais países da América do Sul, caso essas previsões se concretizem, a economia brasileira deve crescer neste ano acima do Chile (2,5%), Colômbia (1,6%), Equador (0,3%) e Bolívia (1,6%).

O país deve empatar com Peru e Venezuela, mas ficar abaixo do desempenho esperado para Paraguai (3,8%) e Uruguai (3,2%).

A Argentina, por sua vez, deve ver sua economia ter uma contração de 3,5% neste ano, como reflexo das medidas de ajuste tomadas pelo governo de Javier Milei, mas com um crescimento esperado de 5% no ano que vem.

O avanço previsto em 2024 para os Estados Unidos é de 2,8%, de 0,3% para o Japão, de 1,1% para a França e de 2,9% para a Espanha. A Alemanha deve ficar estagnada neste ano (0%), já a China tem crescimento esperado de 4,8%.

“Para as economias europeias avançadas, espera-se uma modesta recuperação do crescimento, com a produção se aproximando do potencial. A perspectiva de crescimento é muito estável nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento”, diz o FMI.

Para a economia global, o crescimento deve ser estável em 3,2% em 2024 e 2025, ainda que algumas economias de baixa renda e em desenvolvimento tenham tido revisões para baixo.

Para a inflação do Brasil no fim de 2024 o FMI projeta 4,3%, e 3,6% para 2025. Neste ano, ela deve ficar acima das expectativas para Equador (1,9%), Peru (2,5%), Paraguai (3,8%) e Chile (3,9%), mas bem abaixo de Venezuela (59,6%) e Argentina (229,8%).

A visão do FMI para a inflação brasileira também está próxima da expectativa do último boletim Focus, em que os economistas esperam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termine 2024 em 4,5%, justamente o limite estabelecido pelo BC.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

De acordo com o relatório do FMI, a batalha global contra a inflação parece ter sido vencida, ainda que as pressões sobre os preços continuem em alguns países.

O Fundo destaca que, na maioria dos países, a inflação está agora próxima das metas dos bancos centrais, abrindo caminho para o afrouxamento da política monetária.

Depois de chegar ao pico de 9,4% anuais no terceiro trimestre de 2022, a projeção é de 3,5% no fim 2025, um resultado abaixo da média das duas décadas anteriores à pandemia.

DOUGLAS GAVRAS / Folhapress

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