SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil manteve o segundo lugar no ranking mundial de juros reais, após a manutenção da taxa básica em 10,50% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central desta quarta-feira (20).
O juro real no Brasil está em 6,79% ao ano, valor inferior ao da Rússia (8,91%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou.
Essa taxa é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 3,96%, considerando dados do relatório Focus do BC, e dos juros de mercado de 12 meses à frente -utilizando o contrato de Depósito Interbancário.
Entre as grandes economias, os EUA estão com juro real de 2,03% ao ano, e a China com 0,99%.
De acordo com o portal, o movimento global de aperto monetário perdeu força, e o contexto majoritário entre os bancos centrais é de manutenção das taxas. Entre 167 países, 67% mantiveram os juros, 6% elevaram e 27% cortaram as taxas recentemente.
Em termos nominais, o Brasil está na sexta colocação, abaixo de Turquia (50%), Argentina (40%), Rússia (16%), Colômbia (11,75%) e México (11,00%). A lista considera 40 economias. Nove deles possuem juro real negativo, entre eles, Japão (-1,92%) e Argentina (-46,82%).
GLOSSÁRIO
Taxa básica de juros
A taxa Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia)
Taxa real de juros
Considera uma taxa nominal, a Selic, por exemplo, descontada a inflação
Taxa real ex-ante
Calculada olhando para a frente (taxa esperada), com base nas projeções para juros e inflação. É a mais relevante para a política monetária, pois influencia decisões futuras de investimento e consumo
Taxa real ex-post
Calculada olhando para trás (taxa verificada), com base nos juros e na inflação nos últimos 12 meses, por exemplo. Serve para avaliar um investimento já realizado
Copom (Comitê de Política Monetária)
Órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic
IPCA
Indicador medido pelo IBGE que serve como meta de inflação. A meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão que tem a participação do BC, do ministro da Fazenda ou da Economia e de outros membros da equipe econômica
Redação / Folhapress