NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não tem condições de fazer um grande programa de subsídios à economia verde como os Estados Unidos vêm implementando, mas que o país tem condições de aproveitar suas vantagens nessa área para atrair investimentos e oferecer oportunidades de negócios.
Haddad está em Nova York acompanhando o presidente Lula (PT), que participa nesta semana da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
À noite, ele deve acompanhar o mandatário em um jantar oferecido pela Fiesp com empresários e fundos de investimento.
Questionado sobre as expectativas com o evento ao longo da semana, Haddad respondeu que sua “fixação é transformação ecológica”. “É a grande oportunidade que o Brasil tem de se reindustrializar.”
O ministro destacou ainda o encontro de Lula com o presidente americano, Joe Biden, na quarta-feira.
O democrata apostou na transição para uma economia verde como uma das prioridades de seu mandato, e plataforma para reeleição.
A Casa Branca conseguiu aprovar no Congresso um pacote histórico de incentivos para a energia verde. Sancionada há cerca de um ano, a Lei para Redução da Inflação, apesar do nome, tem esse objetivo.
No entanto, a oposição ao democrata critica o presidente, e atribui à legislação um dos motivadores da disparada da inflação no país. A transição verde é ainda o pano de fundo da greve histórica de trabalhadores de montadoras contra Ford, GM e Stellantis. O sindicato que representa a categoria argumenta que os salários precisam ser reajustados também porque as empresas receberam enormes incentivos para migrarem para a produção de veículos elétricos.
FERNANDA PERRIN / Folhapress