SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Brasil tem mais boi do que gente, blogueiras mudam indústria de cosméticos e o que importa no mercado nesta sexta-feira (22).
REBANHO BOVINO RECORDE
O Brasil terminou o ano passado com 234,4 milhões de cabeças de gado, uma alta de 4,3% ante 2021 e um recorde na série histórica do IBGE.
Isso quer dizer que o rebanho bovino foi 15,4% maior do que o número de habitantes no país em 2022, quando o Censo contabilizou 203,1 milhões de pessoas vivendo no Brasil.
O que explica: a disparada no preço da carne há alguns anos incentivou os produtores a fazerem a retenção de fêmeas para reprodução a partir do final de 2019. O reflexo foi a ampliação do número de animais, em um processo chamado de ciclo da pecuária.
Com maior oferta de gado e diante do menor poder de compra dos brasileiros no ano passado, as exportações explodiram. Na comparação com 2021, os embarques de carne bovina in natura aumentaram 27,6% em volume e 48,2% em faturamento.
Neste ano, porém, o cenário é outro. As carnes acumulam deflação (queda de preços) de 9,65% no IPCA até agosto, em um reflexo da oferta maior de produtos no mercado interno.
Mais números: outra produção agrícola que bateu recorde em 2022 foi a de ovos de galinha, com 4,9 bilhões de dúzias. O produto é considerado um substituto das carnes.
Já a produção de leite de vaca no Brasil teve queda de 1,6% em 2022, como reflexo da carestia dos insumos, que desestimulou produtores nos últimos anos.
E por falar em boi Uma empresa de exportação no interior de São Paulo foi assaltada por três homens que levaram 2,7 quilos de cálculo biliar bovino, também conhecido como pedra de fel, avaliado em R$ 2 milhões.
O custo da “pedra do rim bovina” é alto porque a iguaria é usada na medicina oriental para tratar doenças respiratórias, além de ser algo difícil de achar.
BLOGUEIRAS MOVIMENTAM MERCADO DE R$ 50 BI
As marcas de produtos de beleza, de diferentes tamanhos, direcionam cada vez mais esforços e dinheiro para algo em comum: as blogueiras de redes sociais.
E aqui estamos falando de influenciadoras que têm desde 20 mil seguidores chamadas de nanoinfluencers até as mais famosas, com milhões de fãs.
A maioria desse time é formado por mulheres, cujo alcance nas redes sociais as elevaram ao status de consultoras de beleza, conta a repórter Daniele Madureira.
Elas ajudam a movimentar uma indústria que faturou R$ 50 bilhões em 2022, com alta de 10% sobre o ano anterior, segundo a consultoria Euromonitor.
O que explica: se antes a prioridade eram as propagandas na TV, onde as grandes marcas disputavam espaço em horários concorridos, hoje é o meio digital que vem impulsionando o crescimento do mercado da beleza, segundo estudo da KPMG.
O foco está nos “nativos digitais”, que se distanciaram da TV e preferem consumir recomendações que consideram autênticas enquanto rolam a tela de Instagram e TikTok, suas redes preferidas.
É nesse tipo de público-alvo que as marcas querem chegar ao contratar um catálogo de influenciadores.
As redes também estão atentas a esse hábito de consumo.
O Instagram lançou em 2020 o recurso “Lojas”, em que o usuário pode conferir mais detalhes sobre o produto e o preço.
O TikTok desenvolveu a ferramenta “Shop”, que permite a compra do item que aparece na tela em poucos cliques, sem sair do app. O recurso já está disponível em países como Inglaterra e EUA.
O próximo passo: as redes sociais vão dividir espaço com o marketing de inteligência artificial o que já é feito por algumas marcas, com aplicativos que permitem, por exemplo, saber como fica determinada cor de batom nos lábios da consumidora.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress