SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os brasileiros que não sacaram o dinheiro esquecido no SVR (Sistema de Valores a Receber) do BC (Banco Central) ainda têm a chance de recuperar os recursos. Segundo o Ministério da Fazenda, o governo irá publicar um edital com os detalhes sobre os depósitos e haverá um prazo de 30 dias, da data da publicação, para pedir o dinheiro de volta.
Antes de sair esse edital, porém, o interessado pode entrar em contato com as instituições financeiras para reaver o dinheiro esquecido, informou a Fazenda.
A reportagem acessou o SVR nesta quinta-feira (17) e a consulta aos valores e os pedidos de transferência continuavam liberadas, sem alterações. Foram feitos testes com pessoa que tem dinheiro a receber em instituição cadastrada no sistema do BC, cadastro de pessoa que já faleceu e também de quem tem dinheiro parado em instituição não cadastrada. No primeiro caso, foi possível pedir a transferência de centavos esquecidos em uma conta-corrente já encerrada.
Procurado para esclarecer se as transferências continuam ativas no SVR mesmo após terminar o prazo estipulado para o dinheiro ser transferido aos cofres do governo, o Banco Central informou que não comentaria.
De acordo com a Fazenda, o edital deverá trazer todas as informações de como fazer para requerer o dinheiro nessa próxima etapa. A lista, que será publicada no Diário Oficial da União, trará os valores recolhidos para os cofres do governo, indicará a instituição depositária, a agência e natureza e o número da conta do depósito.
Há, ainda, um prazo de seis meses para recorrer judicialmente, contados também da publicação do edital pelo Ministério da Fazenda.
O último levantamento do BC indica que cerca de R$ 8,6 bilhões poderiam sacados do SVR.
Os valores correspondem a cerca de 42 milhões de pessoas físicas que ainda têm depósitos, com um montante de R$ 6,6 bilhões. As pessoas jurídicas somam 3,6 milhões e podem retirar um total de quase R$ 2 bilhões.
A maior parte dos depósitos corresponde a quantias de até R$ 10, com 33 milhões de depósitos.
JÚLIA GALVÃO E LUCIANA LAZARINI / Folhapress