SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O brasileiro Dyego Sousa, que nesta terça-feira (14) defende o Alcorcón, da Espanha, falou sobre sua relação de “amor e ódio” com o técnico Abel Ferreira, nesta terça-feira (14) comandante do Palmeiras.
O atleta falou que, no âmbito pessoal, Abel foi o pior treinador com quem já trabalhou. Os dois protagonizaram alguns atritos, e o brasileiro não gostava da forma com que o comandante se expressava.
Dyego, por outro lado, disse que o português o “mostrou o que é jogar futebol” e reforçou que seus índices de gols e assistências aumentaram sob o comando de Abel.
O atacante de 34 anos trabalhou com o técnico no Braga entre 2017 e 2018. Ele deu entrevista ao site “ZeroZero”.
“É um treinador que, pessoalmente, para mim, foi o pior que tive. A forma como me cobrava, como me exigia… eu era cabeça dura e não gostava da forma que ele falava comigo. Eu batia de frente com ele e resmungava”, disse o jogador. “Por mais que não gostasse dele como pessoa, foi o treinador que até hoje me mostrou o que é jogar futebol e o que é se posicionar em campo. A forma dele cobrar era essa.”
O QUE MAIS DYEGO FALOU
Farpa na frente de presidente. “Com o Abel, eu tinha uma relação de amor e ódio, era complicado. No início, eu discutia com ele como nunca havia discutido com ninguém. Houve um dia, em um treino, em que ele me disse alguma coisa e eu respondi com insultos. O Salvador [presidente do Braga] estava no campo e falou para eu ir para dentro, falando que eu estava maluco. Eu disse: ‘maluco é esse seu treinador aí. Se eu ficar aqui, não vai dar certo’. E o Abel virou e falou: ‘Calma, presidente, não se faz bom marinheiro em mar calmo’.”
Conversa dura. “Uma vez, o Abel disse: ‘Dyego, seu companheiro faz 12 km por jogo e você faz quatro ou cinco. Você até faz o gol da vitória, mas ele corre o dobro ou triplo por você. Se você não correr, comigo não vai jogar. Eu virava, rangia os dentes e falava: ‘vou provar que tenho que jogar’.”
Resultado da bronca. “Tinha de ir buscar água? Corria. Tinha de ir buscar as caneleiras? Corria. Tudo para chegar nos números que ele me pedia no GPS. Isso resultou em uma subida no meu número de gols e assistências. É isso que eu gosto: alguém que me diga que não consigo fazer. Eu vou lá e provo que faço. Como treinador, o Abel foi um dos melhores que tive.”
Avaliação de Abel no Palmeiras. “Tenho visto de uma forma positiva. Ele é um treinador que sabe gerir o grupo. só queria que ele estivesse no meu Flamengo. Torço pelo Palmeiras porque é um clube que joga bom futebol, mas se ele estivesse no meu Flamengo, eu também ia gostar. Sei que ele ia colocar aquilo da forma como tinha de ser. Ele tem feito uma carreira excelente, torço por ele e espero que continue ganhando títulos.”
Redação / Folhapress