Brasileiro foragido nos EUA tentou pedir ajuda a duas pessoas, diz polícia

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O brasileiro Danilo Cavalcante, 34, que fugiu de uma prisão nos EUA no dia 31 de agosto, tentou entrar em contato com duas pessoas no sábado (9) para pedir ajuda.

A Polícia Estadual da Pensilvânia não divulgou a identidade das pessoas procuradas e nem o conteúdo das conversas. De acordo com o tenente-coronel George Bivens, são conhecidos distantes de Cavalcante, com quem ele trabalhou no passado, e que estavam fora do radar da investigação como alvos potenciais do brasileiro.

Ele foi condenado à prisão perpétua em agosto pelo assassinato da ex-namorada Deborah Brandão em 2021 na frente dos dois filhos da brasileira. O crime aconteceu na Pensilvânia. Cavalcante é réu por um outro homicídio cometido no Brasil em 2017.

Segundo a polícia americana, na noite de sábado, o foragido furtou uma van Ford Transit 2020 de uma fazenda fora do perímetro de buscas. As chaves haviam sido deixadas no veículo.

Em seguida, ele dirigiu para a casa de um conhecido, chegando ao local às 21h52. O morador não estava na residência no momento, mas conseguiu conversar com Cavalcante remotamente pelo interfone.

Segundo Bivens, o diálogo foi em português. O tom adotado pelo foragido foi de urgência, mas amigável, pedindo ajuda.

Ao chegar em casa, o morador entrou em contato com a polícia, que obteve uma gravação da conversa e registros em vídeo do foragido -são as imagens que mostram que o brasileiro raspou a barba e usa agora uma blusa verde.

Depois, Cavalcante procurou um segundo conhecido, que também não estava em casa no momento. Uma mulher, no entanto, viu o foragido e ligou para esse morador que, ao chegar em casa, contatou a polícia.

“O fato de ele ter procurado pessoas com quem ele tem uma conexão muito distante mostra que ele não tem uma boa rede de contatos para ajudá-lo”, disse o tenente-coronel. “Acho que ele está desesperado.”

A van utilizada por Cavalcante foi encontrada pela polícia, após ter sido abandonada na região de East Nantmeal. As buscas agora se concentram nesse local. Para Bivens, não há indicativo de que o brasileiro tenha deixado a região do condado de Chester, na Pensilvânia.

Diferentemente do foco anterior, a nova área vasculhada pela polícia é urbana. Os investigadores afiram que isso é uma desvantagem para o procurado.

A irmã de Cavalcante, presa pela agência de imigração americana, não tentou ajudá-lo, de acordo com as autoridades locais. Ela está em processo de deportação por estar ilegalmente no país, após o prazo de validade do seu visto ter expirado.

Questionado em entrevista a jornalistas se há algum tipo de apoio ou contato do governo brasileiro ajudando na operação, Bivens disse que não, e que possui as informações que precisa sobre o brasileiro.

Nesta segunda, as buscas chegaram ao 12º dia. Há cerca de 300 agentes envolvidos na operação no momento, que conta ainda com helicópteros, cães farejadores, drones e outras tecnologias de investigação.

A recompensa oferecida em troca de informações que levem à recaptura de Cavalcante foi elevada de US$ 20 mil para US$ 25 mil.

Um vídeo divulgado na semana passada mostra que o brasileiro fugiu da prisão do condado de Chester pelo telhado. A ausência dele foi percebida apenas no momento da contagem dos detentos, mais de uma hora depois.

De acordo com informações divulgadas pelo diretor interino do presídio, Howard Holland, Cavalcante estava em um pátio de exercícios, junto com outros presos do bloco, às 8h30 do dia 31 de agosto.

Às 8h51, ele consegue escalar uma parede. A cena foi registrada em vídeo, mas no momento em que ocorreu o movimento não foi percebido. Depois de subir a parede, ele passou por uma barreira de arame farpado e chegou ao telhado, onde correu até chegar a uma outra cerca. Depois de escalá-la, ele conseguiu passar por mais uma barreira de arame farpado e fugir da prisão.

O método é semelhante ao adotado por outro detento que escapou da prisão em maio. Na ocasião, no entanto, um vigia em uma torre responsável pela supervisão do pátio viu o fugitivo e já acionou o alerta, levando à sua recaptura em cinco minutos.

No caso de Cavalcante, no entanto, o vigia não reportou a fuga, apesar de estar na torre de segurança no momento. Ele foi demitido. A fuga ainda está sendo investigada.

FERNANDA PERRIN / Folhapress

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