SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Confirmando em parte os rumores recentes, Xororó cantou “Evidências” no show do Bruno Mars. Sem Chitãozinho e com o filho Júnior da plateia, o brasileiro cantou seu maior sucesso enquanto o tecladista do astro pop tocava a canção no palco, como mostraram as câmeras do The Town.
Com sua mistura retro-futurista de funk e soul setentista, pop oitentista e produção moderna, Mars voltou ao palco do festival para sua segunda apresentação neste domingo, 10, em São Paulo.
O setlist não mudou nada desde o show do último fim de semana. Inclusive com o evidente interlúdio de “Evidências”, que o público também cantou em uníssono, como na semana passada.
Shows de arena e festivais como esse tem pouca margem a erro, e Mars e a banda foram uma vez mais um relógio suíço para som e dança. O artista encantou seu público, fãs de rádio, trilhas sonoras de novela e festas de casamento.
Na quarta música do show, “Billionaire”, por exemplo, até mesmo as pausas do final da faixa foram similares às vistas no palco Skyline na semana passada – canção que veio num criativo e bem-vindo arranjo de reggae.
Passada essa faixa e o início com a trilogia de hits “24K Magic”, “Finesse” e “Treasure”, Mars entregou a primeira seção romântica da apresentação. Com o palco iluminado de roxo e o teclado soando a sintetizadores Arp e Oberheim, Mars lembrou Prince ao cantar “Calling All My Lovelies”.
A canção, que fala de uma apaixonada chamada telefônica, seguiu com o músico repetindo sua esquete de ligar ao telefone e falar em português. Dessa vez, cantando: “Oi, sumida! Eu quero você, gostosa!”
Nos compassos mais espaçados de “That’s What I Like”, “Please Me” e “Versace on the Floor”, o artista explorou sua capacidade vocal de tenor alcançando notas altas de grande extensão. A exceção ficou por “It Will Rain”, cujo trecho final o artista deixou para a plateia.
O artista continuou seguindo a cartilha de seu próprio show e voltou a botar o pé no acelerador em “Marry You”, momento em que os naipes de metais ganham destaque no palco em crescendos e ataques rápidos.
O show voltou a ganhar energia após “Runaway Baby”, rock com ares clássicos que remonta à “Fire”, de Jimi Hendrix, e aos tempos do Mars ainda criança imitando Elvis Presley no quarto de casa.
Como de costume, Mars esbanjou intimidade com momentos solos no palco, no gogó, tocando guitarra ou piano. Nas teclas, ele repetiu o pot-pourri de quase dez minutos com seus sucessos mais românticos e radiofônicos — e botou a plateia majoritariamente feminina para acompanhá-lo nos agudos em “When I Was Your Man”, quando voltou a posto de frontman.
O show fechou com “Locked Out of Heaven” e “Just the Way You Are”, com direito à volta também prevista para o bis: “Uptown Funk”, canção que rendeu a Mars um de seus Grammys mais importantes, em 2016.
O ataque triplo final de hits do artista havaiano rimou com o início do show. Mais uma vez, e sem deixar nada a dever a sua apresentação do domingo anterior – talvez apenas uma voz um cansada. Mars destilou seu leque de composições que vai do romântico idílico à festa em família, a cara do The Town.
FELIPE MAIA / Folhapress