SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), confirmou o favoritismo, venceu a disputa eleitoral no primeiro turno e comandará a capital da Bahia pelos próximos quatro anos.
Com 76,64% das urnas apuradas neste domingo (6), Reis teve 78,09% dos votos válidos. Kleber Rosa (PSOL) ficou em segundo lugar, com 11,08% dos votos válidos. O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), apoiado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), ficou em terceiro lugar, com 10,26%.
Também concorreram Eslane Paixão (UP), Giovani Damico (PCB), Victor Marinho (PSTU) e Silvano Alves (PCO). Todos ficaram abaixo de 1%.
A vitória elástica de Bruno Reis consolida a força do grupo político liderado por ACM Neto (União Brasil) em Salvador, que caminha para 16 anos no comando da prefeitura. Também projeta o nome de Bruno Reis para voos mais altos nas eleições de 2026 ou 2030.
O resultado também seguiu uma tendência histórica em Salvador, que reelegeu todos os seus prefeitos desde a aprovação da emenda da reeleição em 1998. Desde então, foram eleitos para dois mandatos Antônio Imbassahy, João Henrique Carneiro, ACM Neto e agora Bruno Reis.
Bruno Reis tem 47 anos, é formado em direito e tem mestrado em administração. Começou sua trajetória política como deputado estadual em 2010. Foi secretário de Ação Social e de Infraestrutura nas gestões de ACM Neto na prefeitura e foi vice-prefeito de 2017 a 2020.
Nesta eleição, teve o apoio de 13 partidos: União Brasil, PDT, PL, Republicanos, PSDB, Cidadania, PP, Novo, DC, PRD, PMB, PRTB e Mobiliza. Sua vice é Ana Paula Matos (PDT).
Mesmo tendo o PL como aliado, buscou se distanciar do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem não fez referências em sua campanha.
Na campanha, Bruno Reis buscou destacar uma série de obras realizadas durante a sua gestão, incluindo hospitais, escolas, novas vias e escadarias, além de programas sociais como a implantação de restaurantes populares.
Por outro lado, foi alvo de críticas em áreas como ocupação urbana, meio ambiente e transporte público. Foi cobrado pelos problemas na frota de ônibus e pelo controverso projeto do BRT, sistema de linhas exclusivas de ônibus com viadutos que custou R$ 795 milhões.
Outro ponto de críticas dos adversários foi a desafetação de 40 terrenos na capital baiana, incluindo áreas verdes, demandada em dezembro. A autorização para venda ou cessão das áreas foi concedida pela Câmara Municipal, sob críticas de entidades da sociedade civil.
Geraldo Júnior (MDB), que disputou a eleição com o apoio do PT, destacou em sua campanha o apoio do presidente Lula e citou a parceria com o governador Jerônimo Rodrigues.
Mas sua campanha foi marcada pela ausência do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que priorizou cidades do interior e não participou de atos de rua com Geraldo Júnior na capital.
Sem conseguir atrair uma parcela do eleitorado de esquerda de Salvador, Geraldo também foi criticado pelos adversários, que apontaram falta de coerência. O vice-governador era aliado de Bruno Reis até 2022, quando aderiu a Jerônimo Rodrigues na disputa pelo governo do estado.
Sem um candidato do PT na disputa, o PSOL teve o seu melhor desempenho em uma eleição municipal em Salvador desde a sua fundação.
JOÃO PEDRO PITOMBO / Folhapress