Caiado passa sufoco, mas agora aliados veem chance maior de derrotar Bolsonaro em Goiânia

GOIÂNIA, GO (FOLHAPRESS) – As campanhas dos dois candidatos que passaram ao segundo turno em Goiânia deram sinais nesta segunda-feira (7) de como pretendem conduzir o segundo turno da disputa que tem colocado em campos opostos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Em comum, Fred Rodrigues (PL), nome apoiado por Bolsonaro, e Sandro Mabel (União Brasil), candidato de Caiado, demonstraram que vão novamente explorar a exaustão a força dos padrinhos nessa segunda etapa.

Fred terminou o primeiro turno em primeiro lugar após arrancada final, com 31,14% dos votos válidos, deixando Mabel em segundo, com 27,66%, e tirando da disputa a deputada federal Adriana Accorsi (PT), que terminou com 24,44%.

Integrantes da campanha de Mabel chegaram a temer na reta final da campanha a possibilidade de o empresário e ex-deputado federal ficar de fora do segundo turno, o que seria um importante revés político para Caiado.

Agora, a avaliação mudou, já que a tendência é de uma migração de votos de Accorsi para Mabel.

Em entrevista à reportagem nesta segunda-feira, na produtora de sua propaganda eleitoral, o candidato de Caiado deu a entender que manterá o discurso de gestor experiente versus candidato inexperiente e aventureiro.

Mabel tem 65 anos e é da família da empresa de biscoitos que foi vendida à Pepsico em 2011, e que hoje é da Camil. Ele foi deputado federal por quatro mandatos, além de ter sido assessor especial da Presidência no governo de Michel Temer (2016-2018). Com bens declarados de R$ 313 milhões, é o mais rico dos candidatos nas maiores cidades do Brasil.

Fred tem 39 anos e tentou ser vereador em 2020, sem sucesso. Foi eleito deputado estadual dois anos depois, mas teve o mandato cassado em 2023 por irregularidades na prestação de contas da campanha anterior.

Ele não era o candidato natural do partido, tendo assumido o posto após o bolsonarista Gustavo Gayer (PL) desistir de concorrer à prefeitura.

“Temos experiência de 52 anos de gestão e vamos empregar toda essa experiência em Goiânia. Aliado ao governo estadual, porque o Caiado ama a nossa Goiânia, como eu amo também, e ele quer dar um bom apoio aqui para a Goiânia”, disse Mabel, comparando os padrinhos em seguida.

“No dia 1º de janeiro, quem vai estar ao nosso lado? O governador do estado. Agora, quem vai estar do outro lado? O candidato tem apoios externos, importantes, mas que não têm nenhum compromisso com a administração dele. Não vão estar aqui no dia 1º.”

Fred também falou com a reportagem nesta segunda, na sede estadual do PL, e igualmente deu a entender que não vai modular o discurso antipetista em busca dos votos de Accorsi, mas sim insistir no mote de campanha de tentar vincular Mabel à esquerda devido a antigas declarações elogiosas feitas pelo empresário a governos do PT.

Matematicamente é impossível Fred vencer sem os votos dados no primeiro turno à petista. A aposta, então, é tentar tomar para ele um grande contingente de goianienses que votaram no adversário, no primeiro turno.

“Nosso oponente tem um grande histórico de alinhamento com a Dilma, com o Lula. Eu acredito que essa disputa vai ser muito mais entre direita e esquerda novamente”, diz Fred.

Segundo ele, vários eleitores o tem procurado para dizer que votaram em Mabel apenas movidos por pesquisas que apontavam que ele, Fred, não teria chance de derrotar o PT.

O candidato do PL disse que já conversou com Bolsonaro após o resultado e que tem a expectativa de que o ex-presidente vá a Goiânia duas vezes neste segundo turno. No primeiro, Bolsonaro participou de um comício em que chamou Caiado de “governador covarde”.

RANIER BRAGON / Folhapress

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