Camilo tirou férias e combinou eventos do MEC no Ceará para atuar na eleição

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Educação, Camilo Santana, tirou 12 dias de férias durante o período das eleições municipais para apoiar a candidatura do PT em Fortaleza. Ao longo de setembro e outubro, Camilo também cumpriu nove compromissos oficiais no Ceará, ao longo de oito dias no estado.

No total, foram cerca de 22 dias dedicados à campanha no Ceará num período de dois meses, incluindo as férias, os compromissos do MEC no estado e o final de semana do segundo turno das eleições.

Na lista, está incluído o evento da última quinta-feira (24) em que o ministro esteve na cidade para anunciar investimentos no Complexo Hospitalar da UFC (Universidade Federal do Ceará).

No período de férias, entre 23 de setembro e 4 de outubro, reta final do primeiro turno, o ministro, que é cearense, participou da campanha de apoio ao então candidato do partido, Evandro Leitão —eleito no último domingo (27), num disputado segundo turno contra o bolsonarista André Fernandes (PL).

Durante a celebração da vitória de Evandro, o ministro também esteve presente e discursou. “O bem venceu o mal na cidade de Fortaleza. E a única coisa que eu peço, Evandro, para que a gente possa trabalhar pelas pessoas mais pobres dessa cidade, que a gente possa trabalhar pelas pessoas que mais precisam dessa cidade”, disse.

“O que eu puder fazer para o Evandro ser o melhor prefeito da cidade de Fortaleza nós vamos trabalhar”.

Entre os compromissos oficiais, estão entrevistas em emissoras locais e cerimônias de anúncios de investimentos.

O ministro foi um dois principais padrinhos de Evandro na capital cearense. O candidato se filiou ao PT em dezembro passado —antes, era do PDT.

Na ausência de Lula, o ministro foi cabo eleitoral na campanha de Evandro. A estratégia de sua campanha foi atrelar ao então candidato a imagem de Lula e Camilo, sobretudo diante da alta aprovação dos dois no estado.

Lula teve 53,2% dos votos válidos em Fortaleza no primeiro turno das eleições de 2022, ante 35,2% de Jair Bolsonaro (PL). Camilo, por sua vez, teve 57,5% dos votos válidos na capital cearense na eleição que o elegeu senador. Ele se licenciou do Senado para assumir o MEC.

Antes de liderar a pasta, Camilo foi governador do Ceará por dois mandatos consecutivos, além de já ter trajetória no estado como deputado estadual de 2011 a 2015.

Nas redes sociais, o ministro reforçou o apoio ao apadrinhado.

Em outubro, Camilo Santana participou ainda de comitivas de Lula no estado, como a entrega de ônibus escolares no início do mês, em Fortaleza.

Em paralelo, o chefe da pasta participou de 19 cerimônias de lançamento do programa Pé-de-Meia fora de Brasília desde janeiro. Duas delas, em Fortaleza —uma para o lançamento regional, em março, e outra para anúncio de expansão do programa, em agosto.

O afastamento do ministro se deu em meses de véspera de algumas das principais ações da pasta, como a divulgação dos dados do Censo do Ensino Superior, em outubro, e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), marcado para novembro.

MARIANA BRASIL / Folhapress

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