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Canadá não está à venda, diz premiê canadense ao lado de Trump

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – No primeiro encontro presencial com o premiê do Canadá, Mark Carney, nesta terça-feira (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou o desejo de anexar o país vizinho aos Estados Unidos, ideia rechaçada pelo primeiro-ministro.

Ao lado de Carney, Trump disse que olha para o mapa e acha que faz todo sentido unir os países, dizendo ficar “muito bonito”. Afirmou ainda que os canadenses teriam uma queda nos seus impostos e que “seria um casamento maravilhoso”. “Mas, precisamos de dois para um tango”, disse Trump.

Em resposta, o primeiro-ministro canadense rechaçou a ideia. “Não está à venda. Nunca estará à venda”, reforçando declaração que já deu antes.

Trump replicou: “Nunca diga nunca.” “Já tive muitas, muitas coisas que não eram possíveis, e acabaram se tornando possíveis”, disse o presidente americano, que acrescentou: “Veremos”.

O premiê ainda afirmou que os canadenses nunca mudariam de opinião e seriam contra o país se tornar o “51º estado” dos EUA, que é como Trump tem referindo-se à nação vizinha.

Apesar da polêmica, ambos os líderes adotaram tom respeitoso na Casa Branca, contrastando com a agressividade adotada em declarações anteriores, indicando uma abertura maior dos dois ao diálogo, pelo menos por ora.

A oportunidade na relação, disse o premiê, está na parceria que pode ser construída entre os países. Carney, do Partido Liberal, foi eleito em 28 de abril para suceder Justin Trudeau -a quem Trump se referia como governador. Horas após a reunião, o americano disse que ainda não havia chamado o canadense pelo mesmo título e que talvez não se referisse a ele dessa forma. “Eu me diverti muito com o Trudeau”, disse o republicano, com ironia.

Momentos antes da visita do canadense, o presidente americano fez uma publicação agressiva na sua rede social, a Truth Social, dizendo que os EUA não precisam de nada do país vizinho, um antigo aliado. “Eu realmente quero trabalhar com ele, mas não consigo entender uma simples verdade.Por que os Estados Unidos estão subsidiando o Canadá em US$ 200 bilhões por ano, além de oferecer proteção militar gratuita e muitas outras coisas?” escreveu Trump.

“Não precisamos dos carros deles, não precisamos da energia deles, não precisamos da madeira deles, não precisamos de nadado que eles têm, exceto da amizade deles, que esperamos manter para sempre”, completou.

Desde que tomou posse, em 20 de janeiro, o presidente americano adotou uma postura combativa em relação ao Canadá. No final de março, Carney também subiu o tom e afirmou que o Canadá precisa repensar e remodelar sua economia e buscar parceiros comerciais confiáveis. “A antiga relação que tínhamos com os EUA, baseada na integração cada vez mais profunda de nossas economias e na estreita cooperação em segurança e militar, acabou”, disse.

Nesta terça, os líderes dos dois países disseram-se abertos a conversas. O clima da visita, no entanto, foi ameno. Trump disse que os canadenses escolheram uma “pessoa muito talentosa” e que prefere ele a Trudeau.

Em entrevista à imprensa após a reunião bilateral, Carney afirmou ter pedido a Trump que pare de se referir ao Canadá dessa maneira e, questionado sobre a resposta do presidente americano, o premiê disse: “Ele é o presidente. Ele é uma pessoa com vontades próprias.”

Carney comentou que a relação entre os países deverá ser de “altos e baixos”, mas que ao menos há a abertura para uma conversa. Trump depois disse posteriormente que gosta de Carney e quer construir uma relação com ele.

Eles debateram uma série de assuntos, entre elas a imposição de uma tarifa de 25% pelos EUA a boa parte dos produtos canadenses. A justificativa seria uma política para que os vizinhos impeçam o tráfico de fentanil aos EUA.

JULIA CHAIB / Folhapress

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