BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O deputado federal Éder Mauro (PL), candidato à Prefeitura de Belém, afirmou nesta segunda-feira (7) que a eleição na capital paraense não “é questão ideológica” e que tentará atrair eleitores de diversos espectros políticos.
Éder é um dos símbolos do bolsonarismo no país e tem o apoio de Jair Bolsonaro (PL). O candidato, inclusive, vai a Brasília nesta semana discutir com o ex-presidente e com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, os rumos da campanha.
O discurso desta segunda indica o reforço na estratégia de tentar minimizar a pecha de radical –que tem adotado desde o início da campanha– e atrair votos de eleitores moderados no 2º turno em Belém.
Éder obteve 31,48% dos votos válidos no domingo (6) e disputará a eleição contra Igor Normando, que teve 44,89% dos votos válidos . O atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), foi derrotado e acabou com 9,78% dos votos.
Igor é o favorito na disputa por ter o apoio do governador Helder Barbalho (MDB), que tem alta taxa de aprovação no estado.
Já Éder conta com os votos de eleitores de apoiadores de Bolsonaro, mas precisa ampliar o escopo para vencer a eleição, avaliam adversários. O ex-presidente esteve em Belém em julho para o lançamento da candidatura do aliado. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira viajaram à capital paraense para prestar apoio ao deputado também.
Éder quer que Bolsonaro volte a Belém, mas diz que isso ainda precisa ser acertado e decidido pelo ex-presidente.
Ferrenho defensor da família e dos costumes no Congresso Nacional e criticado por ter jeito considerado truculento, o candidato tenta amenizar sua imagem durante o período eleitoral. Para isso, alçou como ícone de sua campanha um cachorro caramelo, com o qual aparece andando de motocicleta nos comerciais. Isso gerou acusações de que ele tenta criar um personagem.
Nesta segunda-feira (7), Éder afirmou que vai conversar com os candidatos derrotados no 1º turno por alianças.
“Vamos conversar com os eleitores de todos os demais candidatos, até mesmo daqueles que pensam diferente da gente ideologicamente. Nós não somos aqui uma campanha ideológica de imposição. Nós somos uma campanha do bem de Belém”, afirmou.
“Eu sou de direita, eu sou conservador. Sim, sou. Mas aqui não é a direita nem o conservadorismo que está em jogo. Então, é Belém que está em jogo. Não é uma questão ideológica”, disse.
O deputado também tem tentado ser cauteloso em relação a falas sobre a COP30, conferência climática das Nações Unidas, que será sediada em Belém, em novembro do ano que vem.
Nesta segunda, ele disse que o evento é de “suma importância” e buscará conversar com cientistas sobre o clima, mas “colocando a questão do equilíbrio”.
“Para que essas questões (de sustentabilidade) não venham a tirar o progresso do nosso estado, da nossa grande Belém, por exemplo, do ribeirinho que planta o açaí dele, do pessoal do agronegócio que planta um açaí. Quero discutir para encontrar esse equilíbrio.”
Éder ainda afirma que, embora tenha divergências ideológicas com o presidente Lula (PT) e com o governador Helder Barbalho, se for eleito prefeito, se sentará com ambos para conversar.
JULIA CHAIB / Folhapress
