SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22, que estava no banco de carona do Porsche Carrera dirigido por Fernando Sastre de Andrade Filho em acidente que deixou um motorista de aplicativo morto em São Paulo, foi internado novamente.
Jovem foi internado por complicação em cirurgia de retirada do baço. A informação foi dada pela defesa dele ao UOL. A internação ocorreu em 28 de abril, disse o advogado José Roberto Soares Lourenço.
Há possibilidade de que Marcus receba alta nesta segunda, informou a defesa. Ele está na unidade de saúde em observação e os médicos também analisam uma possível lesão no joelho.
Estudante tinha deixado o hospital no dia 11 de abril, após ficar em coma induzido. Marcus quebrou quatro costelas e precisou retirar o baço após o acidente.
EMPRESÁRIO É CONSIDERADO FORAGIDO
Com o mandado em mãos, uma equipe do 30º Distrito Policial (Tatuapé) foi ao endereço do empresário na Vila Regente Feijó, na zona leste de São Paulo, para cumprir a decisão da Justiça na tarde de sábado (4). Como ele não foi encontrado, o condutor do carro de luxo passou a ser considerado foragido.
As diligências prosseguem visando a localização e captura de Fernando. A informação é da SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo ao UOL.
Mandado de prisão foi expedido na tarde de sábado (4). “O juiz de Direito da 1ª Vara do Júri do Foro Central Criminal, doutor Roberto Zanichelli, Cintra, na forma da lei, manda qualquer autoridade policial e seus agentes, a quem este for apresentado, que prenda e recolha a qualquer unidade de estabelecimento prisional deste estado (…) Fernando de Andrade Sastre Filho”, diz trecho do documento obtido pelo UOL.
Prisão preventiva foi decretada na noite de sexta-feira (3) por desembargador. João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, viu risco de reiteração de condutas. “A ligação com atos semelhantes, mesmo instado por pessoas a não dirigir, por seu estado (indicado ainda pelo frentista, que viu o réu sair cambaleando), fazem crer na possibilidade de reiteração em descumprimento de normas”, disse na decisão.
Defesa informou na sexta-feira (3) que vai recorrer, mas que cumprirá a decisão judicial. Os representantes legais do empresário divulgaram uma nota afirmando que as medidas anteriormente impostas -como suspensão da CNH e proibição de contato com testemunhas- eram suficientes e que a prisão preventiva é “desproporcional”.
CONDUTOR DE PORSCHE É RÉU
Fernando é réu sob a acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado e lesão corporal gravíssima. A denúncia foi feita pela promotora Monique Ratton, do Ministério Público de São Paulo. O motorista de aplicativo Ornaldo Viana, 54, morreu após a colisão e Marcos Vinicius Rocha, 22, amigo do motorista do Porsche, ficou gravemente ferido.
A Justiça já havia negado três pedidos de prisão contra o empresário, mas o Ministério Público recorreu. Na decisão desta sexta-feira (3), o desembargador citou relatos de testemunhas de que o motorista do Porsche estava alcoolizado e “não conseguia nem sequer parar em pé”.
A decisão também menciona o fato de que ele transitava em velocidade acima de 156 km/h no momento da colisão -a velocidade permitida na via onde houve a batida é de 50 km/h. Além disso, Andrade Filho tinha em seu histórico multas por excesso de velocidade e até um racha na avenida Paulista.
Mudança de depoimento de uma das testemunhas também pesou contra o empresário. Na denúncia, para justificar o pedido de prisão, o Ministério Público havia relatado que o empresário pressionou a namorada a negar que ele estivesse embriagado quando guiava o Porsche. Outras testemunhas, porém, apontaram que ele ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir.
Redação / Folhapress