Carrefour vende 11 lojas para grupo gaúcho em processo de simplificação das operações

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O Carrefour vendeu 11 lojas da bandeira Nacional, localizadas no Rio Grande do Sul, para o grupo gaúcho Osmar Nicolini. A negociação, anunciada na terça-feira (17), faz parte do desejo do grupo francês de vender suas lojas das bandeiras Nacional e Bompreço, incorporadas à rede a partir da compra do Grupo Big em 2021.

As lojas vendidas ao grupo gaúcho estão localizadas nas cidades de Alegrete, Bagé, Camaquã, Dom Pedrito, Pelotas, Rosário do Sul, Santa Cruz, Santa Maria, Santa Rosa e São Borja. O valor da negociação não foi divulgado, e a transação ainda passará pela avaliação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e por negociações das locações dos imóveis.

A rede Osmar Nicolini é uma das cem maiores redes de supermercados do Brasil e está presente em oito municípios, com 17 lojas e cerca de 2.000 funcionários.

No início de dezembro, o Carrefour já havia anunciado a venda de oito lojas da bandeira Nacional em Curitiba. Na ocasião, as unidades foram compradas pelos grupos paranaenses Muffato e Festval.

As transações, segundo a rede francesa, fazem parte da estratégia do grupo para simplificar e agilizar suas operações, a fim de se concentrar no negócio principal de lojas de grandes formatos –Atacadão e Sam’s Club. O grupo pretende abrir mão de todas as lojas das bandeiras Nacional e Bompreço, que somam 64 no país, por um valor entre R$ 400 milhões e R$ 450 milhões.

“Após a conclusão deste plano de desinvestimento, que está previsto para acontecer no primeiro semestre de 2025, a companhia deverá manter 21 lojas de supermercado rentáveis localizadas em regiões estratégicas e operadas sob a bandeira Carrefour Bairro”, disse o grupo francês em fato relevante divulgado no último dia 3.

A compra do Grupo Big, em março de 2021, elevou o Carrefour à liderança do varejo alimentar no Brasil. Na região Sul, são 47 lojas do Nacional, enquanto as lojas do Bompreço somam 17 no Nordeste.

Mas, de acordo com comunicado do grupo francês, as lojas apresentaram contribuição negativa de R$ 42 milhões no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos 12 meses encerrados em setembro deste ano. Dos 64 pontos, 11 são próprios e 53 são alugados, o que demandou uma despesa de R$ 65 milhões com aluguéis.

De acordo com o Carrefour, as vendas das 64 lojas nos 12 meses encerrados em setembro somaram R$ 1,5 bilhão (o equivalente a 6% das vendas do grupo no segmento varejo).

A venda e o desligamento de lojas do Carrefour podem ter acarretado na demissão de 2.200 funcionários diretos e indiretos do grupo nas últimas semanas. Apesar de um número relevante, o volume é baixo em relação ao total de funcionários do grupo, de 130 mil. Ainda assim, o movimento chama a atenção, porque é nesta época do ano que os varejistas fazem contratações temporárias para atender o aumento da demanda.

Redação / Folhapress

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