SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os casos de síndrome respiratória por Covid caíram nas últimas semanas no país, aponta o boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
O atual cenário é reflexo da diminuição dos casos de Srag (síndrome respiratória aguda grave, que necessita internação) no Centro-Oeste, Sul e Sudeste, e da interrupção ou queda do crescimento em diversos estados do Norte e Nordeste.
Mesmo assim, o boletim faz um alerta que pessoas com mais de 65 anos continuam a representar o principal grupo hospitalizado por doença respiratória causada por Covid. Chama a atenção também o grupo de bebês e crianças de até dois anos. Para esses grupos, a vacinação em dia é fundamental para evitar casos de hospitalização e morte.
A análise é feita com os casos de Srag na última semana epidemiológica (período de 24 a 30 de março) com agente etiológico conhecido, isto é, quando é feito o exame de painel viral para investigar qual o vírus causador da síndrome.
Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 25.747 casos de Srag, sendo 11.065 (43,0%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 10.223 (39,7%) negativos, e ao menos 2.880 (11,2%) aguardando resultado laboratorial. Vale destacar que os dados são influenciados pelas notificações e estão sujeitos a atualizações.
Dentre os casos positivos, 53,1% são Covid, 21,2% VSR (vírus sincicial respiratório), 12,4% para influenza A e 0,3% influenza B. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 38,3% VSR, 31,1% Covid, 17,8% influenza A 0,4% influenza B.
A mortalidade da Srag tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid. Em relação às crianças, preocupa o avanço das infecções por VSR, principal causador de bronquiolite. Recentemente, a Anvisa aprovou a primeira vacina em gestantes que protege bebês contra o vírus.
Segundo Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, o novo imunizante será fundamental para diminuir as internações que têm um impacto importante em crianças de até dois anos.
“A gente espera que no futuro a nova vacina possa ser uma ferramenta do nosso cotidiano de enfrentamento a esse vírus. Vemos hoje esse impacto do VSR nos casos de SRAG, nas internações. E se olharmos para o nosso passado, vamos observar nas internações que o VSR sempre foi um vírus de extrema relevância, com impacto muito grande justamente nesse público dos nossos bebês, das nossas crianças, especialmente até dois anos de idade”, afirma Gomes.
“No outro extremo, na população mais idosa, também observamos aumento do volume de internações por VSR, algumas com mortes. Então, a genteespera que a vacina contra o VSR possa ser incorporada e mudar significativamente o cenário do VSR no país, como aconteceu com a própria Covid e como já temos para o vírus influenza”.
Redação / Folhapress