SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – “Vocês gostam da Leila, né? Ela sabe tudo”
Com essa frase, dita ainda em Londres (Inglaterra), uma das pessoas próximas ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, já antecipava aquilo que seria o saldo da participação de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, como chefe de delegação da seleção brasileira: um sucesso completo.
A CBF ficou impressionada com a mandatária alviverde em diversos âmbitos durante a data Fifa. Leila, por sua vez, fez questão de viver cada momento e revolucionou a função ao estar mais presente do qualquer outro chefe de delegação em um passado recente.
“Minha seleção é o Palmeiras, mas estou sempre à disposição para ajudar o futebol brasileiro”, disse Leila mais de uma vez durante a viagem, enfatizando o quão histórico era o feito de uma mulher chefiar a delegação da seleção.
Leila Pereira viveu cada segundo da rotina da seleção brasileira pois não sabia se haveria próxima oportunidade. Ela esteve em cada treino e entrevista e até fez as unhas no hotel para não sair da concentração.
Leila gostou da experiência e quer ter outras oportunidades, até pelo fato de ser a única mulher presidente nas séries A e B. Não há outra alternativa feminina para essa função.
CBF APROVOU LEILA COM LOUVOR
Leila Pereira deixou ótima impressão na CBF e até surpreendeu positivamente. Um dirigente comentou com o UOL Leila esteve sempre integrada e colaborativa, mas nunca desrespeitou os espaços de cada profissional.
Leila impressionou pela simplicidade e facilidade em que transitou entre jogadores e cartolas. A CBF vê em Leila uma mulher referência no Brasil pela gestão em seu clube e por seus posicionamentos.
A entrevista de Leila sobre os casos de estupro de Daniel Alves e Robinho não prejudicou a relação com a CBF, pelo contrário. O posicionamento de Leila ajudou a preservar Ednaldo Rodrigues, que busca a discrição após processo político que chegou a afastá-lo da entidade.
Em entrevista ao UOL, Leila reclamou que o assunto do estupro não existia na seleção e quebrou o silêncio ao definir como um “tapa na cara de nós mulheres”. A CBF, no dia seguinte, se posicionou por meio de Ednaldo Rodrigues também ao UOL. Nos bastidores, Leila foi elogiada pela postura.
LEILA VAI VOLTAR?
O cargo ocupado por Leila Pereira é considerado um posto completamente político. A escolha dos nomes atende uma agenda que tem por objetivo fortalecer o presidente Ednaldo Rodrigues nos bastidores.
Se depender da vontade da presidente e da aceitação da CBF, isso pode acontecer. No entanto, é improvável que um nome seja repetido, sobretudo em um futuro próximo.
Nada impede que Leila retorne à seleção em um novo cargo, criado para tê-la, mas a CBF não fala sobre o assunto. O posto específico de chefe de delegação tem natureza rotativa e a tendência é que assim permaneça.
Redação / Folhapress