RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Os dirigentes da CBF e da oposição esperam para esta segunda-feira (11) a publicação da decisão judicial que tira o presidente Ednaldo Rodrigues do comando da entidade.
É o primeiro dia útil do Judiciário desde o julgamento que invalidou a eleição de Ednaldo.
O presidente do STJD, José Perdiz, foi nomeado para assumir interinamente a CBF e convocar novas eleições. Ele ainda não foi intimado.
O UOL apurou que Perdiz voltou a Brasília, onde mora, durante o fim de semana e retorna ao Rio assim que a publicação da decisão judicial acontecer.
Tecnicamente, ele pode ser notificado da decisão e ser empossado ao ir diretamente ao TJ, no Centro do Rio.
Ednaldo, por outro lado, tem procurado não se afastar do comando da CBF, apesar do recesso da entidade ter começado.
O dirigente está se articulando para a hipótese real de disputar novamente a eleição da CBF, já que a decisão judicial não o tornou inelegível ou coloca qualquer obstáculo à atuação do baiano como dirigente.
**POR QUE A JUSTIÇA MUDOU O PRESIDENTE DA CBF**
A decisão de quinta-feira (7) foi invalidar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre CBF e Ministério Público do Rio. Os desembargadores decidiram que o MP não tinha legitimidade para firmar o documento.
Como o TAC serviu de alicerce para a eleição, a decisão automaticamente invalidou o mandato de Ednaldo, assim como já havia ocorrido com o pleito que levou Rogério Caboclo ao poder. Tudo o que aconteceu na CBF a partir de 2017, em termos eleitorais, ficou sem validade.
Aí, sem alguém para comandar, a solução encontrada pelo TJ foi nomear José Perdiz para conduzir o processo eleitoral em até 30 dias. Cabe recurso ao STJ, em Brasília.
**A ARTICULAÇÃO DA OPOSIÇÃO**
A decisão que derruba Ednaldo neste momento é o desfecho de uma mobilização da oposição ao dirigente que ganhou corpo recentemente.
Os tropeços da seleção brasileira foram o estopim para que nomes como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero saíssem do ostracimo para criticarem publicamente a gestão Ednaldo. Ambos foram banidos pela Fifa por conta de acusações de corrupção.
Mas a oposição a Ednaldo é mais ampla. A questão agora é quem será o candidato que medirá forças com Ednaldo quando Perdiz convocar a eleição. No momento, algumas federações estaduais preferem esperar os movimentos para se posicionarem.
Ednaldo tem ligado em busca de apoios. Algumas entidades já prometeram estar com o cartola, como a Federação Paraense de Futebol.
“Rodrigues demonstrou com altivez uma liderança até então nunca vista com o cuidado ao futebol, especialmente com a região Norte. Sua parceria incansável foi determinante para que o Pará pudesse ser visto sob olhares mais responsáveis, respeitosos e sensíveis, ao ser um parceiro direto em novos planos de fomento ao futebol profissional, de base e do interior, tanto feminino quanto masculino”, disse o dirigente, em nota.
IGOR SIQUEIRA / Folhapress