SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A temporada de carnaval traz a preocupação com furto e roubo de celular, na medida em que criminosos tentam se aproveitar dos foliões. Durante as festividades, dá para ter uma certeza: alguém vai terminar sem o aparelho.
Empresas viram a chance de oferecer um novo serviço e abrir um negócio de aluguel de celulares por curtos períodos, em meio à onda de criminalidade e de olho em quem acabou sem o próprio aparelho.
Isso dá ao folião furtado o tempo para comprar outro celular com calma sem deixá-lo desconectado do mundo virtual.
As lojas paulistanas Commcenter e Commshop, revendedoras da Vivo, por exemplo, oferecem o serviço AlugaCell. “Seu celular foi roubado? Tenha um smartphone reserva”, diz anúncio nos pontos comerciais.
O aluguel de um aparelho por 15 dias custa uma pouco de R$ 100. O preço final é informado na hora da assinatura do contrato.
Aparelhos recentes como o Galaxy S23 5G estão disponíveis, segundo consulta da reportagem. Passada a quinzena, a loja oferta ainda a possibilidade do aluguel diário.
Para fechar o contrato, é necessário ter, em mãos, documento com CPF e um cartão de crédito para cobrança de caução.
O contratante do serviço fica com a responsabilidade de zelar pelo aparelho. Em caso de furto ou roubo do celular alugado, o cliente deve ressarcir a empresa com o valor de mercado do dispositivo e entregar boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil.
Caso a loja que alugou o celular ou a polícia encontre o aparelho, a proprietária devolve o dinheiro ao cliente com descontos da receita perdida durante a ausência do celular.
A empresa também não reembolsa reparos feitos sem autorização durante a duração do empréstimo e pode cobrar por eventuais consertos, caso o smartphone seja danificado.
Outro cuidado para quem aluga o celular é o de apagar imagens e dados pessoais antes de devolvê-lo à loja.
O aluguel de celulares já era uma opção para quem não tem dinheiro no bolso para comprar um aparelho de topo de linha. O iPhone é, de longe, o smartphone mais buscado no Mercado Livre.
Uma das lojas que oferece o serviço é a Allugator, que disponibiliza iPhones 11, 12, 13, 14 e 15 para aluguel. O pacote de assinatura do iPhone 15 Pro por um ano, por exemplo, sai por R$ 5.000, enquanto o preço médio da compra do aparelho é de cerca de R$ 7.000.
O tempo mínimo de contrato é de três meses, o que inviabiliza o aluguel apenas para amenizar o prejuízo durante o carnaval.
No caso da Allugator, há seguro em caso de roubo ou furto qualificado (em que o criminoso teve de superar alguma barreira de segurança) incluso no aluguel, celular reserva e assistência técnica.
“O caso é analisado por nosso jurídico. Infelizmente não conseguimos cobrir perda e, nos casos de furto ou roubo, cobramos um valor de 25% da assinatura, o que significa 10% a 15% do valor de compra”, diz à Folha o fundador da Allugator Lucas Gilbert.
De acordo com Gilbert, os clientes buscam a Allugator ao colocar no papel o alto preço dos smartphones, o risco de roubo ou extravio e o custo de um seguro. “Esse aparelho, além de caro, perde valor com o tempo”, diz o empresário.
Os aparelhos nem sempre são novos e o cliente não pode escolher a cor. A empresa afirma que mantém um padrão de qualidade garantido por assistência técnica.
A revendedora da Apple iPlace oferece serviço similar.
Planos de seguro celular pesquisado pela reportagem custam a partir de R$ 20 no caso de aparelhos mais simples. Os valores, porém, podem ultrapassar os R$ 130 mensais para aparelhos de topo de linha.
Além disso, as seguradoras cobram franquias que variam de 10% a 25% do valor do smartphone em caso de sinistro.
BRAHMA PHONES
A marca de cerveja Brahma tem uma campanha promocional que propõe, ao mesmo tempo, uma solução para a perda do telefone.
A empresa distribuiu gratuitamente celulares, chamados de Brahma Phones, durante as festividades carnavalescas no Rio de Janeiro e em Salvador.
Segundo comunicado da marca, o aparelho tem sistema operacional próprio com apenas o necessário para aproveitar a folia: aplicativos de transporte e de entrega de bebidas (Zé Delivery), câmera de 8 megapixels, ligação e SMS.
A distribuição gratuita dos aparelhos foi feita na quinta-feira (8) e na sexta (9), em dois postos de coleta em Salvador, e na sexta e sábado (10), em dois postos de coleta no Rio de Janeiro. Puderam pegar os aparelhos maiores de 21 anos que tinham documento com foto.
Ao todo foram disponibilizados 800 celulares; 400 em cada cidade. Foram R$ 400 mil na ação, segundo a empresa. Em troca, quem pegar os aparelhos aceita que sua imagem seja utilizada em campanhas de publicidade da Brahma.
De acordo com a marca, o Brahma Phone não é um aparelho descartável e poderá ser usado fora da festa. Não há, portanto, necessidade de devolvê-lo.
PEDRO S. TEIXEIRA / Folhapress