SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As ações da Cemig caíram 9,71% nesta quarta-feira (22), para R$ 11,35, e a empresa perdeu cerca de R$ 3 bilhões em valor de mercado, refletindo preocupações com a possibilidade de a empresa de energia elétrica de Minas Gerais passar a ser controlada pela União.
O movimento ampliou as perdas já registradas desde o começo da semana. Na segunda-feira (20), as ações caíram 2,8% e na terça-feira (21) fecharam em baixa de 3,2%.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), concordou com uma proposta apresentada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de repassar parte dos ativos do Estado, como a estatal elétrica, para equacionar a dívida bilionária com a União, de aproximadamente R$ 160 bilhões, segundo a agência Reuters.
No último dia 17, reportagem da Folha antecipou a articulação do plano de federalização, que, além da Cemig, também inclui a transferência da Codemig (mineração de nióbio) e da Copasa (saneamento).
Fundada e controlada pelo governo mineiro, que detém 50,97% das ações com direito a voto, a Cemig possui investimentos de alcance nacional.
Ela é responsável pela operação de usinas em seis estados (Ceará, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, além de Minas Gerais) e atua em diferentes elos da cadeia (incluindo geração, transmissão e distribuição). A companhia ainda tem participação na Norte Energia, dona de Belo Monte.
O tema já havia sido discutido em duas reuniões com o presidente Lula (PT). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), ex-senador pelo estado, também participa das negociações.
Em relatório enviado na segunda-feira, analistas do Itaú BBA afirmaram ver uma potencial federalização “como muito negativa” para a Cemig e a Copasa, “pois provavelmente resultaria em uma mudança na equipe de gestão e nos planos estratégicos dessas empresas”.
Em entrevista nesta quarta-feira, após sair de uma reunião com Haddad, o governador Zema disse ter a expectativa de solução da questão no primeiro trimestre de 2024. Ele ressaltou, no entanto, que ainda não há nada definido sobre a federalização da Cemig.
Redação / Folhapress