Cervejarias no RS acumulam prejuízo de R$ 15 mi após enchentes, e setor organiza ajuda

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meados de abril, a cervejaria Suricato, de Porto Alegre, recebeu a medalha de ouro no concurso americano World Beer Cup, na categoria “contemporary gose”, com uma cerveja que usa goiaba na composição.

Quinze dias depois da vitória, a fábrica da empresa foi destruída pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.

A Suricato foi uma das 17 cervejarias gaúchas que tiveram danos irreversíveis na tragédia. Ao lado de outras 13 fábricas que tiveram danos parciais, o setor calcula prejuízos na ordem de R$ 15 milhões.

“O prejuízo é muito grande. Nós ficamos 27 dias alagados, um caos inimaginável. Tem linhas de crédito que o governo está disponibilizando, mas é muito pouco, mesmo para uma empresa super pequena”, disse Estevão Chittó, dono da Suricato.

Para diminuir o prejuízo, Chittó representou a campanha “Juntos pela cerveja gaúcha” na feira Brasil Brau, que aconteceu nesta semana em São Paulo e reuniu empresários do setor. A ideia da campanha, lançada pela Rede Craft (da qual é vice-presidente) e pela Abracerva (Associação Brasileira da Cerveja Artesanal), é arrecadar fundos para os produtores atingidos pelas enchentes.

As empresas que fizerem doações receberão um selo de reconhecimento pela ajuda e a distribuição dos recursos arrecadados ficará a cargo da Abracerva.

Segundo dados do Anuário da Cerveja 2023, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Porto Alegre é a segunda cidade do Brasil em número de cervejarias registradas (43), atrás apenas de São Paulo (61).

A Brasil Brau, que ocorreu entre os dias 11, 12 e 13 de junho, também trouxe novidades do setor.

Uma delas é uma máquina da GEA, que fornece maquinários para a indústria, e levou à feira um equipamento para desalcoolização de cervejas com um sistema de osmose reversa.

Pelo método tradicional de desalcoolização, a cerveja passa por um processo similar ao da destilação para perder seu teor alcoólico, por meio da elevação da temperatura da cerveja. Já a osmose reversa não envolve o aumento de temperaturas, por isso permite a manutenção da maior parte das características da bebida, resguardando a experiência sensorial da cerveja, segundo a GEA.

Assim, o equipamento retira o álcool até o limite para o que a legislação considera uma bebida sem álcool, no Brasil o equivalente a até 0,5% do volume. A GEA produziu ainda um módulo que testa a desalcoolização de cervejas em fábricas. Pesquisas do setor apontam que cresce o interesse por bebidas não alcoólicas.

Outra novidade veio da Remembeer. A empresa nasceu em Curitiba como um aplicativo que indicava cervejarias artesanais de acordo com os dados de geolocalização compartilhados pelo usuário. Depois, virou franquia de bares e já conta com quinze unidades no Brasil, com mais duas previstas nos próximos três meses, em São Paulo e no Rio.

Na feira de cervejeiros, a novidade foi um quiosque de autoatendimento elétrico, sobre rodas, com torneiras para os clientes se servirem e autonomia de bateria de seis a oito horas -o produto, no entanto, acabou que não chegou ao local fisicamente por problemas relacionados ao seguro, disseram.

ANA BEATRIZ GARCIA E JOÃO PEDRO CAPOBIANCO / Folhapress

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