‘Chamar LGBTQIA+ de nicho é algo que me irrita’, diz Elliot Page

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na última quinta-feira (14), Elliot Page foi fortemente aplaudido na abertura do festival de cinema BFI Flare, em Londres, voltado a produções LGBTQIA+.

Apesar de o festival ser dedicado à comunidade, Elliot afirmou que não se trata de um nicho. “30% dos jovens se identificam como LGBTQIA+, portanto, sinto muito, isso não é um nicho”, disse o ator. “Na verdade, isso me irrita. Histórias específicas sobre pessoas cis-hétero não são chamadas de nicho”, acrescentou ele, que lançou seu novo filme, “Close To You”.

Sistema tóxico

Elliot, que já foi indicado ao Oscar por “Juno”, em 2008, também falou sobre os problemas da indústria do cinema. “É claro que tem pessoas ótimas em Hollywood. O problema é mais o modelo. É um sistema muito tóxico e que faz muita gente infeliz”, criticou ele, que estava vivendo um dos piores momentos de sua vida na época do sucesso de “Juno”.

“Foi um dos momentos em que me sentia mais miserável. E sentia que não podia falar para as pessoas o quão miserável eu estava”, desabafou.

O ator, de 37 anos, contou ainda que curiosa a obsessão das pessoas com celebridades. “Eu acho tão engraçada essa obsessão da sociedade com a fama. Tenho certeza que muita gente ama ser famosa e todo o poder que ganha com isso. Mas toda história envolvendo fama, seja real ou ficcional, nunca termina bem.”

Quatro anos após se declarar homem trans, Elliot diz que se sente mais relaxado. Em 2014, o ator se identificou primeiro como queer. “Foi um grande passo no sentido de chegar mais próximo de quem eu realmente sou. Isso tirou tanto peso dos meus ombros. Eu era muito enclausurado, eu nunca saí num date nem segurei a mão de ninguém na rua até os meus 27 anos. E me sentia muito mal por isso”, revelou ele, que fala sobre a transição em sua autobiografia “Pageboy”.

“Me identificar como queer foi uma mudança massiva na minha vida e melhorou muito. E abriu caminho para o próximo passo, que foi me livrar da minha própria transfobia internalizada e aceitar minha identidade e finalmente escolher viver minha vida”, completa Elliot.

“Close To You”, que estreou no festival de Toronto, é o primeiro filme protagonizado por Page desde 2017. Ele interpreta o homem trans Sam, que retorna à sua cidade no interior do Canadá para visitar a família e reencontra uma amiga de infância, forçando-se a confrontar antigos sentimentos. Elliot colaborou no roteiro com o diretor Dominic Savage, uma vez que filme foi feito com muitos diálogos improvisados.

Redação / Folhapress

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