LONDRES, REINO UNIDO (UOL/FOLHAPRESS) – O piloto brasileiro Gabriel Bortoleto tem chances de estar no grid da Fórmula 1 como titular na próxima temporada, mas a equipe Sauber ainda não definiu qual caminho vai tomar em um ano que será de transição para eles: ou apostam em um novato como o atual vice-líder da Fórmula 2, ou tentam manter alguma continuidade em uma equipe que vem passando por muitas mudanças enquanto se prepara para se tornar o time de fábrica da Audi em 2026.
A equipe passou por mudanças importantes recentemente, com a saída de Andreas Seidl e a chegada de Mattia Binotto para liderar a operação da Audi na F1, e a contratação de Jonathan Wheatley, parte importante para o sucesso da Red Bull, como chefe de equipe.
A administração anterior queria dispensar os dois pilotos atuais da Sauber, Valtteri Bottas e Guanyu Zhou, mas nas últimas semanas, o nome especialmente do finlandês ganhou mais força, já que ele traz continuidade no trabalho em uma equipe que vem recebendo muitos profissionais de outros times e que contará também com Nico Hulkenberg ano que vem.
O próprio Bottas dizia em junho que preferia não ficar na equipe à qual se juntou há três anos. Mas agora que as outras vagas remotamente possíveis para ele estão fechadas, a questão é ficar ou não na F1.
Na Sauber, depois dos meses de tentativa de atrair Carlos Sainz, houve uma sondagem para entender a situação de Liam Lawson, mas a Red Bull descartou emprestá-lo, até porque pretende promover o neozelandês na próxima temporada. Eles fizeram o mesmo com a Alpine, querendo saber quais os planos para Jack Doohan, que foi confirmado como titular pelo time francês semana passada.
Bortoleto planeja testar com F1 nos próximos meses
É aí que entra o nome de Bortoleto, que é ligado à McLaren, mesmo ele sendo o menos experiente de todos os jovens pilotos que estão potencialmente no mercado. Não coincidentemente, o UOL Esporte apurou que o brasileiro fará pelo menos seus primeiros testes privados de F1 nesta segunda metade do ano e segue seu trabalho no simulador da McLaren, com a possibilidade de fazer um treino livre, embora isso ainda não tenha sido definido.
O plano inicial de Bortoleto era fazer dois anos de F2 e intensificar os testes privados no segundo ano, mas é claro que ele quer aproveitar qualquer oportunidade que apareça. Seu projeto de carreira tem sido feito de maneira sólida, com um bom orçamento, o que inclusive lhe dá a chance de ser agenciado pela A14 Management, de Fernando Alonso. E os resultados na F2, com boas pontuações nas corridas principais, fazendo com que ele seja o melhor estreante da temporada no momento, também ajudam.
Mas o mercado está deixando claro que é muito importante para as equipes de F1 no momento que os pilotos tenham quilometragem com os carros da categoria e que seu rendimento e retorno técnico nos testes e nas sessões de simulador sejam fortes. E isso tem sido até mais valorizado do que o resultado nas categorias de base.
Prova disso está nas escolhas que as equipes fizeram até agora. Estão confirmados no grid em 2025 Oliver Bearman e Jack Doohan, que não têm títulos na F3 ou F2, mas impressionaram nos testes privados que fizeram neste ano. O mesmo aconteceu com Kimi Antonelli, que deve ser confirmado nesta semana como titular na Mercedes para 2025 e fará a primeira sessão de treinos livres do GP da Itália, como confirmado por Toto Wolff neste domingo em Zandvoort. E também com Lawson, embora ele já tenha algumas corridas de experiência na própria F1.
Circula no paddock a informação de que a decisão na Sauber pode sair antes mesmo do GP do Azerbaijão, que será realizado daqui a três semanas.
SARGEANT PODE NÃO TERMINAR A TEMPORADA?
A batida do piloto norte-americano por um erro durante o terceiro treino livre, em um momento bastante inoportuno para a Williams, que testava seu maior pacote de atualizações do ano, irritou bastante a direção da equipe e o deixou em uma situação ainda mais delicada internamente.
Já havia a possibilidade de Sargeant ser dispensado antes do GP da Holanda e ser substituído por Mick Schumacher, reserva da Mercedes. Mas também é verdade que o histórico do alemão não é dos mais positivos em relação à quantidade de batidas que ele sofreu quando era titular pela Haas.
“Gostaria muito que Mick tivesse essa chance, porque não vimos o verdadeiro Mick. Você não ganha a F4, F3 e F2 e não tem uma boa performance na F1. Acho que ele merece uma chance. Mas a decisão é do James [Vowles, chefe da Williams]”, disse Toto Wolff, completando que ceder Antonelli não está nos planos da equipe porque “é melhor para ele completar o programa de testes que vem fazendo.”
E também surgiu a possibilidade de que Lawson seja emprestado, mas isso só aconteceria a partir do GP do Azerbaijão e não está definido, embora Christian Horner tenha dito em Zandvoort que a Red Bull “estaria aberta” a uma oferta. Para o ano que vem, a Williams já definiu que Carlos Sainz será o companheiro de Alex Albon.
JULIANNE CERASOLI / Folhapress