SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O gerente geral da NFL no Brasil, Luis Martinez, enfatizou que segurança é prioridade máxima para a liga norte-americana e que está confiante para a realização do São Paulo Game nesta sexta-feira (6). O tema gerou preocupação em jogadores das equipes envolvidas na partida.
PRIORIDADE PARA A NFL
O executivo destacou os esforços conjuntos para garantir a segurança de todos os envolvidos no jogo que será realizado na Neo Química Arena. Ele ressaltou que não é um trabalho solitário da liga norte-americana, e sim em parceria com o poder público e patrocinadores no Brasil.
Luis Martinez afirmou que a organização se sente muito confiante para o evento. Ele disse que a realização do jogo é uma prova disso e ainda recorreu ao fato de que duas franquias possuem direitos de marketing no Brasil, além de que ouviu que outras equipes também querem vir jogar no país no futuro.
“A NFL vai sempre, sempre priorizar a segurança. Para os jogadores, para a equipe de NFL, amigos e família, treinadores, integrantes de clubes, fãs, parceiros… É sempre a nossa maior prioridade.
Se nós estamos fazendo um jogo no Brasil, e se nós estamos jogando em São Paulo, é porque, obviamente, estamos seguindo todos os protocolos. Nós nos sentimos muito confiantes sobre o Brasil e sobre São Paulo. E, obviamente, nós estamos trabalhando, não sozinhos, mas com todos os parceiros que nós temos, incluindo o governo, os patrocinadores, os produtos consumidos e os clubes, etc.
Nós temos dois clubes com direitos no Brasil, Miami Dolphins e New England Patriots, e eles também estão aqui, e nós ouvimos que alguns clubes, um dia, dizem que querem ir ao Brasil. Então, estamos fazendo tudo, sempre priorizando a segurança para todos, não só para quem está trabalhando para a NFL ou com a NFL, mas também para os fãs que estão assistindo ao jogo ou a qualquer evento como este”, disse Martinez.
JOGADORES PREOCUPADOS COM SEGURANÇA NO BRASIL
A questão da segurança na capital paulista motivou desabafos de jogadores da NFL que estarão na partida. Nos últimos meses e também nas vésperas do confronto, atletas de ambos os times (Philadelphia Eagles e Green Bay Packers) manifestaram publicamente preocupações com o assunto incluindo disseminação de fake news.
A NFL realizou reuniões sobre segurança com o poder público paulistano antes de assinar o contrato e se deu por convencida. As operações realizadas em dias de clássicos de futebol, além da experiência na organização de grandes torneios como a Copa do Mundo e outros eventos esportivos internacionais, pesaram na decisão.
O QUE JOGADORES DE EAGLES E PACKERS DISSERAM
“Me disseram que no lugar do Brasil em que nós vamos jogar você não pode nem usar verde. Eu acho que tem alguma coisa a ver com gangues. Eles explicaram que não vamos para o Rio. É um desses lugares em que provavelmente não deixariam a gente sair do hotel. E os dois times são verdes. Me disseram para colocar apenas roupas brancas e pretas na mala, para evitar imprevistos”, disse Josh Jacobs, dos Packers, que depois se retratou
“Tivemos uma reunião e foi como um monte de ‘não faça’. Estou apenas indo até lá para ganhar um jogo e voltar para casa [risos]. Depois de ouvir tudo isso, provavelmente ficarei no meu quarto”, afirmou AJ Brown, dos Eagles, segundo a ESPN.
“Apenas nos disseram para ficar no hotel e naquela área. Então vamos, com sorte, ganhar um jogo e voltar para casa”, disse Nick Gates, dos Eagles
“Esse parece um lugar seguro para se jogar?”, escreveu CJ Gardner Johnson, dos Eagles, compartilhando publicação de que São Paulo passa por surto de doenças, queimadas e crimes.
“Eu não quero ir para o Brasil. Eles já falaram conosco para não sairmos do hotel, falaram que não podemos fazer muita coisa porque a taxa de crimes é absurda. NFL, por que nos mandar para um lugar onde a taxa de crimes é tão alta?”, disse Darius Slay, dos Eagles
ANDRÉ MARTINS / Folhapress