China dá sinais ‘tímidos’ sobre retomada do diálogo militar bilateral, dizem EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o chanceler da China, Wang Yi, estiveram juntos neste fim de semana no arquipélago europeu de Malta, em uma reunião sem avisos prévios das duas partes e que durou cerca de 12 horas.

Trata-se de mais uma etapa das tratativas entre os dois países que disputam a chamada Guerra Fria 2.0 de retomar o diálogo militar encerrado por Pequim há mais de um ano após a controversa visita de Nancy Pelosi, democrata que então presidia a Câmara dos EUA, à Taiwan, ilha considerada uma província rebelde pelos chineses.

Em comunicado, o governo de Joe Biden disse que o encontro foi um esforço para “manter linhas de comunicação abertas e gerir a relação de uma maneira saudável”. A nota diz ainda que as discussões foram “francas, substantivas e construtivas” e que vêm na esteira do encontro entre Biden e o líder chinês, Xi Jinping, na Indonésia, em novembro.

Teriam sido debatidos, segundo Washington, a Guerra da Ucrânia –na qual os Estados Unidos são os principais aliados de Kiev e a China mantém laços com Moscou, a despeito de se dizer neutra no conflito–, a paz no estreito de Taiwan e áreas da relação bilateral.

A veículos de imprensa americanos, como a agência Reuters e o jornal The New York Times, um alto oficial do governo, cujo nome não foi identificado, disse que os EUA avaliam que houve “avanços tímidos” na disposição chinesa de retomar o diálogo na área militar.

De acordo com a mesma fonte, Jake Sullivan teria enfatizado que Pequim não deveria tentar ajudar Moscou na guerra no Leste Europeu. A declaração tem como pano de fundo falas de membros do governo Biden, rechaçadas pela China, de que o regime de Xi avalia enviar armamento para o governo de Vladimir Putin.

O encontro deste fim de semana integra um esforço em andamento de Biden para que figuras do alto escalão de sua gestão reconstruam um mínimo diálogo com o regime chinês após uma série de episódios que ruíram a relação. Após a ida de Pelosi a Taiwan, o caso dos balões chineses foi um novo balde de água fria.

No episódio, os EUA detectaram uma série de balões de alta altitude chineses sobrevoando seu território e os abateram, acusando Pequim de espionagem. O regime respondeu que se tratavam de meros objetos para pesquisa que haviam desviado o curso por uma falha técnica.

O encontro de Sullivan e Wang Yi ocorre às vésperas da Assembleia-Geral da ONU em Nova York, que conta com a presença de Biden, o segundo a discursar nesta terça-feira (19), após o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A China será representada pelo vice de Xi, Han Zheng.

Redação / Folhapress

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