China deixa de exigir testes de Covid-19 para entrar no país

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A China deixará de exigir, a partir desta quarta-feira (30), que viajantes apresentem testes de Covid-19 ao desembarcarem no país. Trata-se de um marco para o fim das restrições sanitárias no país asiático, que adotou uma das políticas mais rígidas do mundo para conter a disseminação do coronavírus na pandemia.

Por quase três anos, a China administrou a Covid como uma doença equivalente à peste bubônica e ao cólera. À medida que os casos se espalharam, comunidades inteiras foram isoladas, às vezes por meses.

Como parte das restrições, os viajantes que chegavam ao país eram obrigados a se isolar durante semanas em hotéis designados pelo governo. Em alguns casos, moradores foram trancados à força em suas casas na tentativa de impedir a disseminação do vírus.

O regime chinês só decidiu afrouxar as regras de isolamento em dezembro do ano passado, após uma onda de protestos contra as restrições sanitárias que só arrefeceu depois de forte repressão policial.

As mudanças de política foram anunciadas após o líder da China, Xi Jinping, presidir uma reunião do Politburo do Partido Comunista. As autoridades não vincularam nenhuma das mudanças às manifestações, mas suavizaram perceptivelmente o tom sobre os riscos do vírus à saúde —aproximando a China do que foi feito por outros países mais de um ano antes, ao abandonar as restrições e passar a conviver com o vírus.

Até 2019, a China continental recebia 30 milhões de turistas estrangeiros por ano. Com a Covid e quase três anos de fronteiras fechadas, a cifra de visitantes internacionais caiu drasticamente, uma diminuição reforçada pela proibição dos vistos de turismo e a burocracia relacionada à entrada no país.

Os primeiros sinais de recuperação apareceram em janeiro deste ano, quando a normalização das viagens de lazer e a permissão de entrada para estrangeiros aumentaram em 59% as buscas por voos para a China, de acordo com dados de um popular buscador de passagens online. Mas o otimismo foi breve.

No primeiro trimestre deste ano, 50 mil pessoas visitaram a China por meio de grupos organizados por agências de viagens, bem longe dos 3,7 milhões no mesmo período pré-pandemia. O Wall Street Journal estimou que Pequim e Xangai atraíram até agora menos de um quarto do que recebiam antes da Covid.

Desde que suspendeu as restrições impostas devido à Covid, o regime tem enfrentado uma recuperação econômica lenta. As restrições, juntamente com atritos diplomáticos com os Estados Unidos e outros países ocidentais, levaram algumas empresas estrangeiras a reduzir os investimentos na China.

Segundo a OMS, 121.628 pessoas haviam morrido no país devido à Covid até esta segunda (28), número considerado baixo para as cifras globais, em especial considerando a população de 1,4 bilhão do gigante asiático.

Redação / Folhapress

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