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China responde aos EUA com novas tarifas, UE procura novos amigos e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – China responde aos EUA com novas tarifas, União Europeia procura novos amigos depois de discutir com os EUA e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (11).

**CUTUCANDO A ONÇA COM VARA CURTA**

O sujeito da frase “cutucando a onça com uma vara curta” pode ser tanto a China, quanto os Estados Unidos.

As tarifas de Donald Trump à importação de produtos chineses chegaram aos 145%. O resultado é uma soma da taxa anunciada no começo do ano, de 20%, e da mais recente, atualizada ontem, de 125%.

A China respondeu hoje. Elevou para 125% as tarifas sobre os EUA e o líder chinês, Xi Jinping, falou pela primeira vez sobre o conflito com os americanos.

“Não há vencedor numa guerra de tarifas, e ir contra o mundo levará ao isolamento”, afirmou.

BLUSINHAS NA MIRA

Em uma ordem executiva divulgada ontem, o presidente americano determinou a elevação da tarifa de importação de pacotes de menor valor da China, como compras na Shein e na Temu.

Os pacotes que transportam menos de US$ 800 (R$ 4,7 mil) sofrerão com impostos de 120%, 30 pontos percentuais acima dos 90% anunciados antes.

Ainda, impôs uma cobrança de US$ 100 (R$ 589) por item postal entre 2 de maio de 1º de junho, e de US$ 200 (R$ 1,7 mil) a partir desta data.

ATÉ NO CINEMA

A nação comandada por Xi Jinping anunciou que vai limitar a importação de filmes de Hollywood no país –uma medida vista como simbólica por analistas.

“Já ouvi coisas piores”, disse Trump, rindo, ao comentar a decisão dos adversários.

CERCANDO POR TODOS OS LADOS

Os chineses também tentam piorar a situação da economia americana ao pressionar o mercado de juros.

Eles detêm muitos títulos públicos dos EUA, conhecidos como “treasuries”, e venderam uma quantidade importante deles nos últimos dias.

Esse “sell-off” dos títulos públicos pode tornar mais difícil para o governo americano rolar sua dívida no futuro. Aí vem uma dose grande de economês, então vamos aos poucos.

Preço e juros se movimentam em direções opostas. Ao vender os títulos, os chineses reduzem os preços deles e aumentam a pressão sobre os juros com vencimento a longo prazo. Isso encarece financiamentos e empréstimos lá.

“Rolar” uma dívida significa criar uma nova para quitar uma pendência antiga. É o que os Estados Unidos fazem com seus títulos. Com o mercado de juros sob pressão, fica mais caro emitir títulos de dívida –precisam pagar um prêmio maior para atrair investidores.

Assim, a China atazana um pouquinho mais a vida de Trump. Eles não devem vender uma quantidade muito importante de títulos, uma vez que isso reduziria os ganhos da sua própria carteira, mas o suficiente para irritar os americanos.

**DO LADO DE LÁ DO ATLÂNTICO**

Os ânimos estão mais calmos entre Estados Unidos e a União Europeia, aliados de longa data. Depois de momentos de tensão nos últimos meses, os irmãos pararam de brigar –por enquanto.

Donald Trump, que havia imposto uma tarifa de 20% às importações de países do bloco econômico para os EUA, reduziu-as para 10% por 90 dias. Isso dá tempo aos investidores para recalcular suas rotas e, sobretudo, tentar negociar a extinção da alíquota.

SAINDO DO RINGUE

A UE, que havia prometido retaliação, desistiu da ideia. A resposta que havia sido aprovada na quarta-feira era uma taxa de 25% às importações dos EUA. Elas entrariam em vigor na semana que vem.

Alguns países do bloco sofrem mais com as tarifas impostas às exportações de aço, alumínio e veículos. Pense em uma montadora de carros e ela provavelmente é europeia.

Motivos para se enfurecer com Trump não faltavam. Contudo, o bloco considerou mais inteligente recuar.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou uma pausa de 90 dias no plano aprovado –idêntica à trégua divulgada pelos americanos.

CAMARÃO QUE DORME, A ONDA LEVA

E os europeus não querem perder o ponto. Percebendo que as relações diplomáticas estão cada vez mais tensas, eles se movimentam para reduzir sua dependência do comércio com os EUA.

O bloco negocia um acordo de livre comércio com os Emirados Árabes Unidos, segundo o que foi noticiado por von der Leyen ontem.

↳ Um acordo de livre comércio reduz substancialmente as barreiras tarifárias e burocráticas entre dois ou mais países.

– A Europa está interessada no carro-chefe da pauta exportadora dos EAU, o petróleo e o gás natural;

– Com a invasão da Ucrânia, os europeus lançaram uma série de sanções à Rússia, que era uma das suas fontes mais importantes dessas commodities. Faz sentido procurar novos parceiros.

– Os EAU, por outro lado, querem saber dos bens de luxo a preços menores. Carros, joias, bebidas, alimentos, roupas e outros produtos premium são produzidos na Europa.

**LUXO AO QUADRADO**

A Prada quer se tornar a maior empresa de moda de luxo italiana. Para isto, está engolindo as rivais uma por uma. A primeira vítima foi a Versace, cuja compra pela aspirante a titã foi anunciada ontem, por US$ 1,38 bilhão (R$ 8,1 bilhões).

Em um momento em que há dúvidas sobre qual será o futuro do mercado de luxo, todos os olhos se voltam para Milão, capital da moda.

REPETECO

É a segunda vez que a Versace é comprada por um grupo maior. Em 2018, a Capri Holding Ltd. havia pago US$ 1,8 bilhão (R$ 10,6 bilhões) por ela –a Prada está pagando mais barato.

Com a aquisição, a marca volta para terras italianas. A proprietária anterior é dona de nomes como Michael Kors e concentra as operações nos EUA e no Reino Unido.

ENTRANDO NO JOGO

A Prada quer competir com conglomerados de luxo, que têm ditado o modelo de negócio da moda nos últimos anos.

O exemplo mais proeminente é o grupo LVMH, dono da Louis Vuitton, Christian Dior, Givenchy, Fendi, Celine, Kenzo, Marc Jacobs, Loewe, Bulgari, Tiffany & Co…enfim, você já entendeu que é gigante.

Ainda que seja um dos maiores nomes da moda, a Prada tem que comer muito arroz e feijão para bater de frente com a comandada por um dos homens mais ricos do mundo, Bernard Arnault.

↳ A capitalização de mercado da LVMH é de aproximadamente US$ 291 bilhões (R$ 1,7 trilhão), enquanto a da Prada é de US$ 15,8 bilhões (R$ 93 bilhões).

Outra concorrente no ringue é a Kering, dona da Gucci. Ela é maior que a Prada e menor que a LVMH.

ORGULHO NACIONAL?

A Itália é responsável pela produção global de 50% a 55% dos bens de luxo pessoais, mas não tem uma titã à altura das que citamos. A união de duas marcas de Milão pode dar tração aos negócios da Versace, que estão na corda bamba há anos.

[A ambição da Prada] é um passo significativo em um mercado dominado por grupos franceses. É exatamente o que muitos italianos esperavam”, disse Achim Berg, consultor da indústria de moda e luxo.

Ela pode ir atrás de adquirir empresas como a Armani e a Dolce & Gabbana, sediadas em Milão, entre as poucas na Itália que ainda são totalmente familiares e têm o capital fechado.

**PARA LER**

Os Funcionários

Olga Ravn. Todavia. 136 páginas.

Há muitas formas de fazer alguém refletir sobre um assunto. Um deles é levando os elementos da questão ao exagero. A percepção do absurdo muitas vezes nos leva a conclusões básicas sobre a nossa própria vida.

Na mesma toada da série “Ruptura”, cuja segunda temporada acabou de estrear na Apple TV, o livro “Os Funcionários” eleva questões sobre o trabalho à décima potência, o que resulta em debates sobre nosso dia a dia, os sistemas que nos guiam e o que somos sem o trabalho.

Nele, Olga Ravn narra a humanidade a bordo de uma nave em um futuro distante. A missão dos passageiros é explorar Nova Descoberta, um planeta aparentemente árido e sem atrativos. Com o tempo de convivência e o surgimento de problemas, a convivência entra rapidamente em um espiral de degradação.

A obra usa a ficção científica para refletir sobre exploração, sistemas de trabalho, relações sociais e a condição humana diante de avanços tecnológicos.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

Manipulando o mercado? Oposição acusa Trump de usar tarifas para beneficiar seus interesses ao movimentar as bolsas de valores.

Assinado. Lula sancionou o Orçamento de 2025, mas vai precisar repor R$ 4 bilhões para Mais Médicos e saúde indígena.

Você sabia? Aposentados a partir de 65 anos têm isenção extra no Imposto de Renda. Entenda melhor aqui.

Vazando grana. A Petrobras viu seus papéis despencarem nos últimos dias. Perdeu R$ 89 bilhões na B3.

LUANA FRANZÃO / Folhapress

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