Chuva eleva nível de rios e cidades do interior do RS voltam a sofrer com enchentes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A chuva deste final de semana elevou rapidamente o nível de diversos rios e cidades do interior do Rio Grande do Sul voltaram a sofrer com alagamentos. Centenas de moradores tiveram de sair de casa e voltar para abrigos.

Segundo a Defesa Civil gaúcha, 19 municípios reportaram danos em virtude de alagamentos, inundações e deslizamentos de terra durante o último fim de semana.

O rio Taquari, em Estrela, marcava 12,85 metros às 7h deste domingo (16) e subiu para 22,18 metros às 7h desta segunda-feira (17). Em Muçum, ele passou dos 2,43 metros para 15,66 metros no mesmo período. O rio Caí, em São Sebastião do Caí, subiu dos 4,28 metros para 14,02 metros neste intervalo.

Na cidade de Três Coroas, cerca de 300 pessoas precisaram deixar suas residências no final de semana e buscar abrigos. O rio Paranhana ultrapassou a cota de inundação na noite de domingo e voltou alagar vias. Os bombeiros informaram que monitoram as encostas e outras áreas de risco. Ainda de acordo com a corporação, não é possível prever com exatidão as cotas de inundação devido as alterações dos leitos e profundidades após a cheia de maio.

A cidade de São Luiz do Gonzaga também sofre com a destruição causada por uma microexplosão na noite de sábado (15). Segundo a prefeitura, ao menos 1.200 casas foram destelhadas ou sofreram algum tipo de dano, o que afetou cerca de 15 mil pessoas. Quatrocentos moradores estão desalojados e a prefeitura decretou situação de emergência.

A tempestade teve cerca de 15 segundos intensos de queda de granizo, ventos fortes e chuva torrencial, em um fenômeno conhecido como microexplosão, que ocorre quando as nuvens não suportam mais o volume de água e despejam tudo em direção ao solo.

Também foram atingidas escolas, unidades de saúde e empresas, além do Museu Arqueológico do município. Houve queda de postes da rede de energia elétrica e de árvores em várias ruas.

Municípios da região das Missões, onde fica São Luiz Gonzaga, estão ajudando os moradores da cidade. Veículos e máquinas serão enviados para ajudar na limpeza das áreas afetadas. O município recebeu 300 cestas básicas e 60 colchões da Defesa Civil.

No distrito de Barra do Ouro, em Maquiné, 2.000 pessoas ficaram ilhadas devido à interrupção da ERS-484 e da ERS-239.

As fortes chuvas do final de semana no Rio Grande do Sul provocaram o desabamento do salão da Gruta Nossa Senhora de Lourdes, um ponto de peregrinação de romeiros em Dom Pedro de Alcântara, município localizado no litoral norte do estado.

O salão desabou no domingo à tarde após um deslizamento de terra. Duas pessoas sofreram ferimentos leves. Fiéis que assistiam a uma missa no local conseguiram sair antes do desabamento.

A área foi isolada e seguranças impedem a aproximação de pessoas, pois o local é considerado área de risco. Uma avaliação detalhada deve ser realizada nesta segunda-feira (17) para que sejam determinadas medidas em relação ao que sobrou do salão.

Em razão da chuvas e dos alagamentos em São Sebastião do Caí, as aulas nas escolas da rede municipal foram suspensas nesta segunda.

No total, foram afetados pelas chuvas e inundações, os seguintes municípios: Arvorezinha, Bento Gonçalves, Boqueirão do Leão, Canela, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Coqueiro Baixo, Dom Pedro de Alcântara, Igrejinha, Mampituba, Maquiné, Pareci Novo, Parobé, Roca Sales, São Luiz Gonzaga, Rio Pardo, São Vendelino, Três Coroas, Vale Real.

O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou neste domingo que acompanha a situação.

“Desde a madrugada, nossa equipe da Defesa Civil estadual acompanha o município de São Luiz Gonzaga, pelo temporal ocorrido, dando suporte com lonas e materiais para evitar maiores estragos nas residências atingidas”, afirmou. Segundo Leite, o governo se colocou à disposição para ajudar em tudo o que for possível emergencialmente e no suporte ao restabelecimento e reconstrução nos próximos dias.

O estado já contabiliza mais de 170 mortes e mais de 470 municípios afetados pelas chuvas desde o final do mês de abril.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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