SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um levantamento da Funai (Fundação dos Povos Indígenas) identificou que ao menos 466 famílias indígenas estão desalojadas no Rio Grande do Sul após serem afetadas pelos temporais que atingiram o estado.
Segundo o órgão, cerca de 8.000 famílias foram atingidas direta ou indiretamente pelo desastre -não há, por ora, nenhuma morte confirmada. A Funai atende, no estado, aproximadamente 109 aldeias, além de comunidades que residem em contextos urbanos e periurbanos.
O secretário nacional de Direitos Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, Marcos Kaingang, viajou a Porto Alegre para articular ações coordenadas com os governos estadual e federal para o resgate e para a assistência dos povos originários.
“Estamos preocupados em dar o suporte para essas famílias que estão em abrigos. E estamos correndo atrás de kits emergenciais, que são estruturas provisórias de madeira para dar suporte às famílias. Cada uma é orçada em R$ 15 mil”, diz ele à reportagem.
“Nós tivemos algumas comunidades que foram completamente alagadas, que estão sem assistência, alimentos, com falta de itens básicos de higiene, de roupas e de cobertores”, segue.
Há ainda muitas áreas que estão isoladas e sem acesso, como é o caso de 148 famílias ilhadas na Terra Indígena Rio da Várzea, localizada no município de Liberato Salzano.
Marcos diz que a pasta está em diálogo com a FAB (Força Aérea Brasileira) e com o Ministério da Defesa para, assim que possível, conseguirem avançar nas regiões do interior do estado. “É o local que concentra o maior contingente populacional [de indígenas]”, afirma.
O ministério e Funai estão iniciando um trabalho para mapear e quantificar o tamanho do impacto nas comunidades. “Estamos dialogando com o governo federal para, se possível, liberar crédito extraordinário para essas ações, que têm um custo”, diz o secretário.
MÔNICA BERGAMO / Folhapress