Chuvas provocam ao menos 14 mortes no estado de SP em dezembro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As chuvas provocaram a morte de ao menos 14 pessoas desde o início do mês de dezembro até esta segunda-feira (30) no estado de São Paulo. O número faz parte de um balanço do plano preventivo da Defesa Civil do Estado de São Paulo. De acordo com o documento, do total de mortes, duas foram na capital paulista.

Na última Operação Verão 23, que foi até março, quando termina a estação, foram 98 mortes entre 2023 e 2024, de acordo com o órgão estadual.

Em um dos casos deste mês, mãe e duas filhas morreram soterradas no último dia 21 em Várzea Paulista, cidade da região metropolitana de Jundiaí (a cerca de 60 km da cidade de São Paulo).

Conforme boletim de ocorrência, Renata Leite de Oliveira, 31, e as filhas Ana Vitória, 8, e Ana Gabrielly, 3, estavam em casa quando, no início da noite, um deslizamento de terra na rua Ilha Bela, no bairro Vila Real, atingiu o imóvel. De acordo com o documento policial, a mãe faria aniversário dois dias depois.

O relatório contabilizou até esta segunda quase mil pessoas que tiveram de deixar suas casas. Do total, 426 eram desabrigados, que precisaram ir para abrigos disponibilizados por prefeituras, e 539 desalojados, que tiveram de deixar suas residências e acabaram indo para as de parentes ou amigos.

Ao todo, 76 municípios reportaram ocorrências por causa das chuvas.

Em Capivari, na região metropolitana de Campinas, cerca de 150 estavam em dois abrigos disponibilizados pela prefeitura na manhã desta segunda, depois da cheia do rio Capivari, que transbordou no fim de semana e chegou a atingir 5,17 metros de altura, causando alagamentos no município e na vizinha Monte Mor —no último balanço, às 12h, o nível estava a 3,63 metros.

“Estamos com cerca de 300 pessoas afetadas”, afirmou o tenente Maxwel Souza, da Defesa Civil, que esteve na região de Capivari nesta segunda. “Está vindo para cá ajuda do Fundo Social do estado e da Defesa Civil”, afirma.

0 oficial apontou que um dos acessos a Monte Mor ainda estava completamente alagado no início da tarde desta segunda. “O cenário positivo é que a chuva deu uma trégua e a condição será bem mais fraca que nos últimos dias. Com isso, a tendência é diminuição no volume das águas no rio Capivari.”

Ao todo, a Defesa Civil estadual disse ter distribuído nos últimos dias quase 1.400 itens de ajuda humanitária, como cestas básicas e produtos de higiene e de limpeza, a sete municípios paulistas (Caieiras, Cajamar, Flora Rica, Mauá, Santa Isabel, Suzano, Várzea Paulista).

ALERTA PARA O LITORAL

Na manhã desta segunda, a Defesa Civil emitiu alerta de riscos de inundações para os municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, na Baixada Santista e litoral sul paulista.

Em São José dos Campos, no Vale do Paraíba paulista, o domingo teve chuva de granizo e deslizamentos, concentrados na zona norte da cidade. A chuva invadiu uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no bairro Alto da Ponte e causou falta de energia em alguns pontos.

Em Campos do Jordão, aconteceram dois deslizamentos, ambos sem vítimas. Em um deles, parte de uma casa ficou exposta com a queda do solo. A Defesa Civil não divulgou os números oficiais do impacto dos temporais nas cidades do entorno.

Em Jundiaí, a queda de um muro fez com que a lama invadisse uma casa na rua José Garcia Céspede. Três pessoas de uma família que morava no imóvel foram levadas para um hotel custeado pela prefeitura.

Quatro casas foram interditadas no domingo (29) por causa de riscos estruturais nos bairros Jardim Carlos Gomes, Jardim Tamoio e Bonfliglioli, de acordo com a Defesa Civil de Jundiaí.

Na Grande São Paulo, a cidade de Cajamar também registrou chuva de granizo, que gerou estragos em diversos bairros da cidade. Não há informação sobre feridos.

Os ventos fortes e a queda de granizo provocaram danos em veículos, destelhamentos de casas e atingiram um shopping da região. Ao menos 80 residências foram danificadas.

No estacionamento do Anhanguera Parque Shopping havia pelo menos cinco carros com vidros quebrados, além de dezenas com a lataria amassada.

FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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