SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito Cícero Lucena (PP) e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) vão disputar o segundo turno em João Pessoa.
Com 100% das urnas apuradas, o atual mandatário da cidade obteve 49,16% dos votos válidos (205.122 no total) ante 21,77% do aliado de Jair Bolsonaro (90.840 votos). O deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) ficou em terceiro com 16,71%.
Durante o período eleitoral, Cícero viu seu favoritismo ser ameaçado pela operação Território Livre, da Polícia Federal, que investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição da capital paraibana e o aliciamento violento de eleitores.
A primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, foi presa no sábado (28), a uma semana do pleito. Na terça-feira (1º), a Justiça Eleitoral da Paraíba revogou a prisão dela, afirmando que a primeira-dama não tem condenações criminais na Justiça, possui residência fixa e ocupação lícita e constituiu advogado.
As investigações indicam a existência de um possível esquema criminoso em que integrantes da prefeitura viabilizavam a nomeação de servidores comissionados indicados por membros de facções. Em contrapartida, o grupo do prefeito receberia o apoio político e controle de territórios nas eleições.
No inquérito da Polícia Federal, a primeira-dama é apontada como responsável por gerenciar os pedidos dos cargos e contratações na prefeitura, onde não tem cargo oficial.
No dia da prisão, o prefeito Cícero Lucena se disse alvo de “um ataque covarde e brutal” e que Lauremília demonstrará na Justiça que é vítima de perseguição.
Também afirmou que há um uso político de instituições para influenciar a campanha eleitoral em João Pessoa. E acusou os adversários de divulgar inverdades sobre Lauremília, com o intuito de “manchar a honra de uma mulher íntegra, respeitada e querida pelo povo paraibano”.
Candidato de Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL) não contou com a presença do ex-presidente durante a sua campanha. Quem visitou João Pessoa foi a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, já na última quinta-feira (3), mas com pouco efeito de mobilização.
Queiroga foi criticado pelos seus adversários pela condução na pandemia de Covid-19 e por não ter trazido recursos ou ações para João Pessoa durante o período em que foi ministro da Saúde.
Redação / Folhapress