Cid Gomes troca Reforma Tributária por reunião local do PDT; 3 senadores faltam

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A assessoria do senador Cid Gomes (PDT-CE) afirmou que ele não participou da votação da Reforma Tributária nesta quarta-feira (8) porque estava no Ceará para a reunião do diretório estadual do PDT.

Dos 81 senadores, apenas Cid, Irajá (PSD-TO) e Marcos Rogério (PL-RO) não votaram.

Cid e o irmão Ciro Gomes travaram uma batalha pelo comando do diretório estadual do partido, de olho nas eleições municipais de 2024. No mês passado, a executiva nacional do PDT aprovou uma intervenção no diretório cearense.

Cid e seus aliados acusam o atual presidente do partido, deputado André Figueiredo, de romper acordo que havia sido firmado em julho sobre a direção do braço cearense do PDT. Ele havia se licenciado do cargo e cedido a presidência para Cid, com o compromisso de ser reconduzido em dezembro.

No entanto, Figueiredo decidiu antecipar a volta da licença após a divergência sobre os rumos do diretório, o que desencadeou a briga judicial. Para resolver o impasse, o presidente chamou a reunião da executiva que decidiu pela intervenção no diretório local.

O motivo da disputa é a divergência sobre o alinhamento com o PT no estado de olho nas eleições de 2024.

O grupo de Cid Gomes defende que o partido faça parte de uma aliança ampla, enquanto a ala ligada a Ciro e a Figueiredo quer independência do PDT -apesar de o presidente licenciado da legenda, Carlos Lupi, ser ministro da Previdência do governo Lula.

“O nosso estado do Ceará está sendo destruído daquele caminho que nós trilhamos. Está sendo destruído pela traição. Está sendo destruído pelo descompromisso”, afirmou Ciro na semana passada, em um recado endereçado a Cid.

A reportagem procurou os senadores Irajá e Marcos Rogério, mas não houve retorno até a publicação deste texto. Cid e Irajá estão na base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado; Marcos Rogério, na oposição.

A Reforma Tributária foi aprovada pelo Senado nesta quarta com placar apertado para o Palácio do Planalto.

O texto foi aprovado por 53 votos a 24, só 4 a mais que os 49 necessários para a aprovação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição).

THAÍSA OLIVEIRA E IDIANA TOMAZELLI / Folhapress

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