SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Rio Grande do Sul está em situação de calamidade pública em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde a semana passada. Em meio a isso, comércios foram saqueados.
No município de Arroio do Meio, no Vale do Taquari, diversos estabelecimentos foram saqueados nos últimos dias. Pessoas não identificadas têm invadido mercados, lojas e farmácias e levado os produtos das prateleiras.
Ainda em Arroio do Meio, um homem foi morto após ser atingido por um espeto usado em churrasqueiras. Outra pessoa foi baleada e levada para um hospital de Lajedo. O UOL entrou em contato com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que disse investigar os casos, mas não passou maiores detalhes sobre motivação para os crimes e identidades das vítimas.
Reforço na segurança. O prefeito de Arroio do Meio, Danilo Bruxel (PP), disse ter avisado a Força Tática da Brigada Militar para reforçar a segurança no município.
Em Porto Alegre, diversos comércios também foram invadidos. Uma loja de produtos do Grêmio, localizada na arena do clube, foi saqueada no sábado (4). Em Canoas, homens armados em barco e jet skis têm rondado as casas abandonadas para praticar assaltos, e há relatos de assalto em albergues da cidade.
Além dos saques e roubos nos municípios afetados, golpistas aproveitam a situação e desviam doações enviadas aos gaúchos. O governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), lamentou essa situação e disse que “no meio de tanta solidariedade, tem aproveitadores que usam da sensibilidade das pessoas” para roubar e aplicar golpes via Pix.
Tragédia mostra o melhor e o pior das pessoas, afirmou o secretário de Segurança de Porto Alegre, Alexandre Aragon. “Infelizmente nas tragédias aparece o que tem de melhor, que é a grande maioria, e o que tem de pior nas pessoas”, declarou em entrevista ao programa Bora Brasil (Band).
CHUVAS DEIXARAM MAIS DE 80 MORTOS NO RS
A Defesa Civil informou que subiu para 83 o número de mortos em razão das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. A atualização é da manhã desta segunda-feira (6).
Mais de 850 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas no estado. São 111 desaparecidos e 276 feridos, segundo o boletim da Defesa Civil Estadual. Ao menos ficaram 121.957 desalojadas e 19.368 estão em abrigos.
Dos 497 municípios gaúchos, 345 sofreram alguma consequência dos temporais. Na região metropolitana de Porto Alegre, a água deixou pessoas ilhadas e fechou hospitais em Canoas. O clima é de “zona de guerra”.
Nível do Guaíba era de 5,27 metros, às 8h, desta segunda. Os dados são da régua da Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), SGB (Serviço Geológico do Brasil) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). No sábado (4), ele já havia superado a marca atingida no ano de 1941 (de 4,76 metros de altura), quando inundou grande parte do centro da capital gaúcha.
Redação / Folhapress