SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos cinco pessoas morreram após uma colisão entre aviões no aeroporto internacional de Haneda, em Tóquio, na noite desta terça-feira (2), manhã no horário de Brasília. Um Airbus A350 da Japan Airlines, com 379 a bordo, estava em operação de pouso quando se chocou com uma aeronave da Guarda Costeira japonesa que taxiava na pista.
Segundo o ministro dos Transportes do Japão, Tetsuo Saito, cinco dos seis membros a serviço da Guarda foram mortos. De acordo com a JAL, os 367 passageiros e 12 tripulantes do voo foram resgatados com vida mas, entre eles, há 17 feridos, segundo a NHK, emissora pública do país.
O ministro dos Transportes afirmou que a causa do acidente ainda não é clara e que o Conselho de Segurança dos Transportes do Japão (JTSB), a polícia e outros departamentos estão investigando.
Segundo o mesmo Ministério, o avião comercial da JAL estava realizando o pouso quando colidiu na pista com outro, modelo Dash-8 de patrulha marítima da Guarda Costeira, construído pela Bombardier. O Airbus havia decolado do aeroporto de Shin-Chitose, na ilha de Hokkaido, norte do país.
Não há informações sobre qualquer tipo de problema de funcionamento ou no motor do avião da JAL, que pode ser visto em imagens da TV pegando fogo enquanto pousa. A equipe de resgate tentou controlar o incêndio, mas a aeronave foi engolida pelas chamas depois que os passageiros conseguiram sair.
O sistema de anúncio em voo da aeronave não funcionou durante a saída dos passageiros, então os membros da tripulação usaram megafones para dar instruções, disse a Japan Airlines em comunicado.
Com base em entrevistas com a tripulação, a companhia aérea informou que a equipe reconheceu a autorização de pouso emitida pelo controle de tráfego aéreo, repetiu a autorização para confirmá-la e, em seguida, realizou as operações de aproxim ação e pouso.
“A aeronave não apresentou problemas no momento da partida do aeroporto de Shin-Chitose e durante o voo”, afirmou a empresa.
Nos vídeos, passageiros aparecem gritando dentro da cabine cheia de fumaça e correndo pela pista depois de passar pela rampa da saída de emergência.
“A tripulação de cabine deve ter feito um excelente trabalho. Foi um milagre que todos os passageiros tenham sido resgatados”, disse Paul Hayes, diretor de segurança aérea da consultoria de aviação Ascend, com sede no Reino Unido.
“Senti um estrondo como se tivéssemos batido em alguma coisa”, disse um passageiro à agência de notícias Kyodo. “Vi faíscas do lado de fora da janela e a cabine estava cheia de gás e fumaça.”
Kaoru Ishii, uma mãe que esperava sua filha de 29 anos e o namorado que estavam no voo, disse que achou inicialmente que a chegada estava atrasada. “Mas ela me ligou dizendo que o avião pegou fogo e ela escapou pela rampa”, disse. “Fiquei realmente aliviada.”
Cinco dos seis membros da tripulação que estavam a bordo na aeronave da Guarda Costeira, porém, morreram. Um porta-voz do órgão havia dito anteriormente que cinco tripulantes estavam desaparecidos, mas que o capitão havia escapado.
Haneda, um dos dois principais aeroportos da capital japonesa, ficou fechado durante várias horas após o acidente, mas retomou operações em três das quatro pistas, segundo o Ministério dos Transportes.
A companhia aérea japonesa ANA afirmou que o episódio fez com que ela cancelasse 110 voos domésticos com partida e pouso em Haneda na terça-feira.
A aeronave da Guarda Costeira estava a caminho de outra base, de Niigata, na costa oeste do Japão, para entregar ajuda humanitária a uma região atingida pelo terremoto que aconteceu nesta segunda (1º) no país, causando a morte de ao menos 55 pessoas.
O primeiro-ministro Fumio Kishida disse que as autoridades estão trabalhando para garantir que o acidente em Haneda não afete as entregas de suprimentos de socorro ao terremoto.
O maior acidente aéreo da história também foi causado por um choque entre aeronaves em solo. Em 27 de março de 1977, por uma série de falhas, os Boeings 747 da Panam Airways e da KLM se chocaram na pista de decolagem do aeroporto Los Rodeos, em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha). A colisão deixou 583 mortos.
Redação / Folhapress