SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Cine Marquise, localizado no Conjunto Nacional, na avenida Paulista, entrou para a lista de cinemas da capital paulista ameaçados de fechamento depois da perda de seu patrocinador, a Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Ocupando desde outubro de 2021 o espaço que, sob diferentes nomes e gestões, é desde 1962 um dos principais cinemas com programação fora do eixo comercial da cidade, o Cine Marquise não teve seu contrato de patrocínio com a empresa renovado.
Marcelo J. L. Lima, diretor do cinema, busca por um novo patrocinador, a exemplo do que faz o Belas Artes, que a partir do ano que vem não terá mais o apoio do Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Petra que passa por processo de recuperação judicial.
Os dois endereços são simbólicos na resistência dos cinemas de rua da capital paulista, e já passaram por crises semelhantes após perdas de patrocínios anteriores. O anexo do Espaço Itaú de Cinema da rua Augusta, do outro lado da avenida Paulista, também, vem atravessando uma fase turbulenta desde que seu prédio foi vendido para uma empreendedora.
“Patrocinadores são essenciais para os cinemas de rua brasileiros seguirem abertos, e para o Cine Marquise não é diferente. É o patrocínio que custeia grande parte do operacional do cinema e garante que ele siga funcionando nesse momento de recuperação do setor”, diz Lima, que assumiu o ponto em 2021.
Com três salas, incluindo uma com sistema Dolby Atmos, eleito pelo Guia Folha o melhor som entre as salas de cinema da cidade, o Cine Marquise tem, além da programação padrão, pré-estreias e sessões especiais, como aquelas do projeto Clássicos no Marquise, que já exibiu longas como “2001: Uma Odisseia no Espaço” e “Psicose”.
LEONARDO SANCHEZ / Folhapress