FORTALEZA, CE (FOLHAPRESS) – O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmou neste domingo (6) que o Brasil vive “tempos estranhíssimos” fruto da polarização política, sem citar nominalmente o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ciro votou na Secretaria da Saúde do Ceará nesta manhã acompanhado do aliado e prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), que busca a reeleição na capital cearense.
“Há tempos estranhos acontecendo no Brasil inteiro, fruto de uma polarização despolitizada, assentada no ódio, nas simplificações grosseiras, que vai se irradiando e produzindo na sociedade, especialmente entre os mais jovens, um sentimento de negação da política, como linguagem, como método. Isso é dramaticamente perigoso, porque liquida a democracia no fim”, afirmou.
Em pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (5), Sarto aparece numericamente em quarto na disputa, com 14% dos votos válidos. Em primeiro está André Fernandes (PL), apoiado por Bolsonaro, com 33%. Ele é seguido de Evandro Leitão (PT), apoiado por Lula, e Capitão Wagner (União Brasil), com 17%.
Ciro disse que a candidatura do aliado tem uma prestação de contas concretas com obras e serviços entregues e apresenta uma “sinalização de um rumo estratégico”. Ele diz que tem esperança de que a população de Fortaleza entenda isso.
“Se não, vamos para a esculhambação, para a negação da política. E aí no dia seguinte a gente faz uma catarse, esculhamba com tudo, e a cidade será administrada doravante como a subsecretaria da ditadura corrupta que o PT implantou no Ceará.”
Ao ser questionado sobre sua atuação na campanha do aliado, Ciro disse que “sua importância é declinante” e defendeu a renovação dos quadros políticos.
“Tenho humildade para perceber que a minha palavra cada vez tem menos audiência no Ceará. Isso eu tenho que aceitar com humildade. Mas a coesão do líder emergente das nossas forças, que é o Roberto Claudio, do maior quadro nosso, que é o Sarto, o líder da maioria no Congresso [André Figueiredo], mostra um partido que está firme, está forte e que vai trocando suas lideranças antigas para lideranças novas capazes de enfrentar o futuro”.
VICTORIA AZEVEDO / Folhapress