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Cláudio Castro mira Senado após sinal de alívio nas contas e na Justiça

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) inicia a metade final de seu mandato de olho numa vaga no Senado em 2026 contando com um alívio nos cofres estaduais e em sua situação política e jurídica.

Castro pretende lançar um pacote de obras nos municípios da região metropolitana e no interior no moldes do chamado Pacto RJ, conjunto de obras bancados pelos recursos da concessão de saneamento básico em 2021 que pavimentou sua candidatura à reeleição.

Os investimentos, espalhados pelos municípios, vão se aproveitar da possível folga fiscal que a gestão Castro visualiza no ano que vem.

A aprovação no Congresso do refinanciamento da dívida dos estados com a União deve representar, segundo estimativas, um alívio de cerca de R$ 10 bilhões nos cofres estaduais. O chamado Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados) aguarda a sanção do presidente Lula.

A gestão estadual também planeja receber nova injeção de recursos com a licitação da concessão de gás no estado no ano que vem. A expectativa é que a concorrência gere cerca de R$ 10 bilhões em outorga.

Somados, os dois alívios calculados aos cofres estaduais são mais do que suficientes para cobrir os R$ 14,6 bilhões de déficit previsto no orçamento do ano que vem.

Um dos planos é lançar um pacote de R$ 2 bilhões de asfaltamento em cidades do interior. A agenda de inaugurações planejadas para a reta final de mandato é uma das esteiras de sua possível candidatura ao Senado.

Os novos planos são feitos após um ano em que o governador teve relação conflituosa com o próprio vice-governador, Thiago Pampolha (MDB), e com o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União) -considerados seus principais aliados. Os três se reaproximaram nas últimas semanas.

“Foi um ano de político difícil, a questão do meu afastamento do vice-governador, que está se aproximando de novo. A questão de alguns conflitos com o presidente da Assembleia, que também a gente agora tem um momento de paz. É um amigo, é um cara que faz parte do meu grupo, mas não é meu funcionário”, disse ele, durante entrevista de balanço de fim de ano com jornalistas no dia 18.

Castro também conseguiu reverter duras derrotas na Justiça. O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), trancou dois inquéritos contra o governador no STJ (Superior Tribunal de Justiça) -um deles já concluído pela Polícia Federal com o indiciamento sob suspeita de corrupção.

O governador também escapou com margem apertada da cassação do mandato no TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro), por 4 a 3, no processo que analisou o caso das “folhas de pagamentos secretas”. Em dezembro, Castro nomeou como desembargador do Tribunal de Justiça o advogado Fernando Cabral Filho, que votou pela absolvição quando estava na corte eleitoral.

O caso ainda tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde a Procuradoria-Geral Eleitoral já pediu a condenação do governador. O julgamento deve ocorrer em 2025.

Avaliando ter ultrapassado o momento mais tenso de suas vulnerabilidades jurídicas, Castro planeja “outros voos”, em suas próprias palavras. Antes ele dizia que ficaria no cargo até o fim do mandato para, depois, se dedicar à advocacia. Agora, passou a reconsiderar a disputa pelo Senado após atuar de forma ativa no Congresso pela aprovação do Propag.

“Quando eu faço o que eu fiz essa semana no Senado, todo mundo acaba falando: ‘Pô, você tem um perfil bom para estar ali’. Mas também por causa de um momento político conturbado, o chefe de Executivo estar pensando 100% na cadeira é fundamental”, disse. “Então, até que a gente esteja mais organizado, meu pensamento é 100% na cadeira [de governador], ainda que eu saiba que eu sou alguém de perfil para outros voos.”

A vaga na chapa para o Senado promete ser renhida no PL-RJ. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem espaço cativo para tentar a reeleição. O outro posto, de interesse de Castro, é reivindicado pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ).

Portinho provocou Castro após a publicação de uma nota no site Tempo Real RJ na qual informava os novos planos do governador de disputar o Senado.

“Até as eleições em 2026 muitos vão querer. Mas enquanto isso eu trabalho. E muito. E agora o sarrafo está mais alto!”, escreveu o senador no X (ex-Twitter).

“Portinho não precisa se preocupar, porque no dia de hoje eu não sou candidato a absolutamente nada. Se você olhar a minha agenda, não tem nenhuma agenda de candidato. Eu estou fazendo agendas extremamente técnicas, de governador, não de candidato. […] Se eu quisesse sair de candidato, eu já estava rodando municípios, inaugurando coisas”, respondeu o governador.

Castro também afirma que vai trabalhar para que os partidos que compõem o governo permaneçam juntos na disputa por sua sucessão.

Ele diz que será o responsável por “bater o martelo no final desse jogo”, mas declara esperar que as siglas encontrem um nome viável para a provável disputa com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).

“Nosso campo vai ter que ter maturidade para achar um candidato, já que o campo da esquerda está inclinado ao Eduardo Paes. Quem vai bater o martelo no final desse jogo sou eu. Mas o campo tem que se entender antes sobre quem é o nome mais viável”, disse ele.

As opções citadas por Castro são Bacellar, Pampolha, o secretário Washington Reis (MDB), o deputado dr. Luizinho (PP) e até o deputado Alexandre Ramagem (PL), a quem criticou após as eleições municipais.

“Eu não tenho dúvida que o nosso campo junto ganha de qualquer um do outro lado. Então, antes de nomes, a gente tem que ter o nosso campo unido. Nosso campo unido tem 85 dos 92 prefeitos, 60% dos votos do Estado. Então, a gente junto é imbatível.”

ITALO NOGUEIRA / Folhapress

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