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‘Closer’ encena frenética coreografia emocional em volta de José Loreto ao teatro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – De cunhadas casadas com tradicionais cantores sertanejos a rivais em um frenético jogo de sedução e traição. Esse é um resumo possível para a trajetória recente das atrizes Marjorie Gerardi e Larissa Ferrara, protagonistas e produtoras da peça “Closer”.

A projeção conquistada quando fizeram parte do elenco de “As Aventuras de José e Durval”, a série sobre Chitãozinho e Xororó, ajudou as duas a viabilizar financeiramente uma nova montagem da dramaturgia do britânico Patrick Marber, a quarta no Brasil.

Na série, Gerardi interpretou Noely, a mulher de Xororó, e mãe de Sandy e Júnior. Ferrara foi Adenair, a primeira mulher de Chitãozinho, com quem teve dois filhos.

Na peça, elas vivem a fotógrafa Anna e a stripper Alice e dividem o palco com o dermatologista Larry, papel de José Loreto, e o escritor Dan, vivido por Rafael Lozano, convidados pelas duas para encenar a narrativa cheia de desejos, mentiras e reviravoltas.

Na história, Dan se envolve com a misteriosa Alice após um acidente. Em caminhos cruzados, os dois conhecem Anna e Larry. Os encontros e desencontros dos quatro tecem a trama, uma longa DR, que explora as contradições do amor e os limites da intimidade.

Loreto, que volta ao teatro após uma ausência de sete anos, empresta algumas de suas características pessoais ao personagem. “Ele é muito sedutor e, ao mesmo tempo, é muito amigo. Simpático. O Larry tem isso, junto com a sedução. E ele é muito esperto também”, diz Gerardi. “Eu via os personagens nele e no Rafael”, completa Ferrara.

Loreto não deu entrevista nem respondeu perguntas encaminhadas pela reportagem, mas, segundo as atrizes e produtoras, logo após o convite, demonstrou interesse pela história do dermatologista envolvido na trama amorosa.

“O teatro me fez ator e, depois de um longo período sem pisar nos palcos, chegou a hora”, ele escreveu nas redes sociais. “Oferecemos um retrato honesto e intenso sobre amor, traição, desejo, ciúmes e a fragilidade dos laços humanos.”

“Closer” foi encenada em mais de 30 países antes mesmo de o texto ser adaptado para o cinema pelo diretor Mike Nichols, com Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman e Clive Owen no elenco.

No Brasil, a primeira montagem teatral, no ano 2000, foi dirigida por Hector Babenco, com Renata Sorrah, José Mayer, Guta Stresser e Marco Ricca no palco.

Na ocasião, Babenco afirmou que “Closer” é como uma revisão de “Cenas de um Casamento”, marco de Ingmar Bergman na década de 1970, ao lidar com psicanálise, culpa, infidelidade e desejos.

“É uma peça que expõe. Não propõe nada, não discute nada, não tenta resolver nada. É como se fosse uma radiografia, uma tomografia do comportamento das pessoas de hoje em relação ao amor. É um texto quase jornalístico, é como se alguém tivesse gravado várias conversas e tivesse feito uma série de 12 esquetes, 12 curtas, 12 episódios. São 12 polaroids, é assim que eu vejo”, disse o diretor em entrevista à Folha, em março de 2000.

Na peça atual, os quatro personagens repetem a coreografia emocional e física, agora em um cenário moderno e simbólico, assinado por Bruno Anselmo. Os atores circulam em um ambiente abstrato, de inspiração brutalista, com volumes e estruturas que se transformam e são manipulados pelo elenco.

A direção de Kiko Rieser aposta também na técnica de videomapping, com projeções que dão ar cinematográfico e contemporâneo à encenação.

“Isso cria uma camada entre o real e o ficcional, entre o que os personagens mostram e o que escondem —um jogo de voyeurismo e exibicionismo que conversa com os temas da peça”, afirma o diretor.

“Closer” é uma peça que carrega um sentimento muito forte. É como se mexesse em um ninho de cobras. Traz uma energia bizarra. Foi preciso ter coragem para montar de novo”, diz Gerardi.

Anna, a fotógrafa bem-sucedida da peça, no fundo, não ama ninguém, segundo a visão da atriz sobre a personagem —só a si mesma. “Essa foi a base da minha construção. Querer ter, conquistar, mas, depois da conquista, ser fácil largar”, diz. “A permanência não brilha tanto para Anna. Ela acaba se conhecendo e se gostando.”

Complexa, a stripper Alice é incapaz de lidar com a verdade, na visão de Ferrara. “É muito para ela. Quando isso acontece, ela precisa partir. A prova disso é que ela se protege utilizando um nome falso. Mas, na boate de striptease, fala o nome verdadeiro, Jane Jones”. A stripper não confia nas pessoas. Talvez nenhum dos personagens confie.

*

CLOSER

– Quando Qui., sex. e sáb., às 20h. Dom., às 18h. Até 27 de julho

– Onde Teatro Vivo – av. Dr. Chucri Zaidan, 2.460, São Paulo

– Preço R$ 100 a R$ 120

– Classificação 16 anos

– Autoria Patrick Marber

– Elenco José Loreto, Larissa Ferrara, Marjorie Gerardi e Rafael Lozano

– Direção Kiko Rieser

CRISTINA CAMARGO / Folhapress

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