SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os clubes que disputarão o Campeonato Brasileiro deste ano acumulam 126 jogadores estrangeiros em seus elencos, em sua maioria argentinos. O número representa 19,5% do total de atletas.
Os dados são do site Transfermarkt e acompanham uma das novidades do regulamento do Brasileirão 2024, que aumentou para nove o limite de jogadores estrangeiros que podem ser utilizados por partida. Em 2023, cada equipe podia entrar em campo com, no máximo, sete atletas de outras nacionalidades.
Um dos argumentos para a mudança de regra -aprovada por unanimidade pelos clubes- é a tentativa de minimizar o espaço deixado por jovens atletas brasileiros que vão para o exterior.
Os elencos contêm representantes de 16 países, além do Brasil. Argentina, com 42 atletas, é o país que mais cede jogadores, seguido pelo Uruguai, com 23 atletas, e pela Colômbia, com 14.
As demais nacionalidades vêm, em ordem decrescente, de Paraguai, Equador, Chile, Venezuela, Itália, Espanha, Portugal, Angola, Bulgária, Nicarágua, Peru, França e República Democrática do Congo.
Botafogo e Grêmio são as equipes com mais jogadores de outros países, cada um com dez. A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Botafogo trouxe reforços como o venezuelano Savarino, o uruguaio Damián Suárez e o paraguaio Óscar Romero.
Para esta temporada, o time gaúcho contratou o goleiro argentino Agustín Marchesín e incorporou ao elenco o argentino Pavón, o venezuelano Soteldo e Diego Costa, que é naturalizado espanhol. Os três últimos já estavam no mercado brasileiro em 2023.
A lista de clubes com mais estrangeiros segue com Internacional, Athletico-PR e Fortaleza, cada um com nove jogadores. Para Alessandro Barcellos, presidente do Inter, a possibilidade de contratar no exterior, especialmente na América do Sul, é importante pois amplia o leque de oportunidades para os clubes brasileiros.
“Também não acho que isso atrapalhe o surgimento de novos talentos no país, pois as categorias de base são a verdadeira essência de nossas raízes, tanto de parte técnica quanto financeira”, afirmou.
Na visão de Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, o histórico de ídolos estrangeiros no Brasil também favorece a vinda de jogadores. “Fica aquela imagem do vencedor, como foi o Gamarra no Corinthians, o Dario Pereira no São Paulo, o Arrascaeta hoje no Flamengo. Sem dúvida, fica no imaginário do torcedor de que é possível trazer um estrangeiro que vá ser ídolo.”
“Em relação à participação dos estrangeiros, no Cuiabá temos poucos em nosso elenco. Mas votamos a favor desse tema por ser algo importante de forma coletiva”, disse Cristiano Dresch, presidente do clube matogrossense, com dois estrangeiros no elenco. “Os sul-americanos, que são os principais estrangeiros que estão no Brasil, podem vir e repor essas perdas.”
Entre os técnicos, são oito os profissionais estrangeiros, aumentando para 40% o percentual de treinadores não brasileiros entre os times da série A.
Quatro são argentinos -Eduardo Coudet, do Internacional, Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza, Ramón Díaz, do Vasco, e Gabriel Milito, do Atlético-MG- e quatro portugueses -Artur Jorge, do Botafogo, Antônio Oliveira, do Corinthians, Abel Ferreira, do Palmeiras, e Pedro Caixinha, do Red Bull Bragantino.
CONFIRA ABAIXO O NÚMERO DE JOGADORES ESTRANGEIROS POR CLUBES DA SÉRIE A E POR PAÍS DE ORIGEM:
Botafogo e Grêmio – 10;
Internacional, Athletico e Fortaleza – 9;
São Paulo e Vasco – 8;
Corinthians, Atlético-MG e Criciúma – 7;
Flamengo, Cruzeiro, Bahia e Atlético-GO – 6;
Palmeiras e Red Bull Bragantino – 5;
Fluminense e Vitória – 3;
Cuiabá – 2;
Juventude – 0.
Argentina – 42;
Uruguai – 23;
Colômbia – 14;
Paraguai – 12;
Equador – 9;
Chile – 7;
Venezuela – 6;
Itália – 4;
Espanha – 2;
Angola, Bulgária, Nicarágua, Portugal, Peru, França e República Democrática do Congo – 1.
Redação / Folhapress