CNPJ terá letras e números em novo formato; veja o que muda

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O formato do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) será alterado para o modelo alfanumérico — com letras e números— a partir de julho de 2026. A mudança foi anunciada pela Receita Federal em resposta à crescente demanda por novos números de cadastro.

Se o modelo atual fosse mantido, as combinações possíveis se esgotariam em um período de 4,5 a 6 anos, segundo previsão da Receita.

Os CNPJs já existentes não serão afetados e continuarão com os mesmos números, incluindo os dígitos verificadores.

“A implementação do CNPJ alfanumérico visa garantir a continuidade das políticas públicas e assegurar a disponibilidade de números de identificação, sem causar impactos técnicos significativos para a sociedade brasileira”, diz a Receita em nota.

Apesar de mudanças no formato, o código de identificação continuará com 14 dígitos:

– Os oito primeiros dígitos, compostos por letras e números, identificarão a raiz do novo código

– Os quatro seguintes, também alfanuméricos, representarão a ordem do estabelecimento

– Os dois últimos, que serão numéricos, corresponderão aos dígitos verificadores

ENTENDA CADA PARTE DO CNPJ

Raiz

A raiz representa a identificação única de cada empresa. Ela também pode ser utilizada para identificar uma organização com diferentes filiais.

Ordem

A ordem é responsável pela identificação da matriz e filiais de uma empresa, indetificando assim, o número de ordem de um estabelecimento.

Digito Verificador (DV)

O Digito Verificador é criado com base nos 12 primeiros números do CNPJ. Ele é utilizado para verificar e validar a autenticidade dos números anteriores.

MUDANÇAS

A Receita indica que todos os sistemas públicos e privados deverão ser adaptados para receber e ler o CNPJ alfanumérico. Os bancos de dados também deverão passar por atualização para armazenar o novo formato.

“Serão disponibilizadas rotinas em linguagens mais usuais para cálculo do dígito verificador de forma a minimizar o impacto nos sistemas informatizados”, afirma o órgão.

Todos os ajustes indicados já podem ser implantados sem a necessidade de esperar a geração do novo modelo. As empresas que não atualizarem seus sistemas dentro do prazo poderão enfrentar problemas na emissão de notas fiscais e falhas na comunicação com fornecedores e clientes, podendo haver atrasos em processos administrativos e fiscais.

Além da aplicação do CNPJ alfanumérico, outras opções de adaptação também foram estudadas pela Receita, como o aumento de dígitos e a criação de vínculos entre CNPJs.

A nova opção foi escolhida por apresentar compatibilidade com as bases de dados existentes, por manter a estrutura básica do CNPJ, preservar os cadastros existentes e apresentar maior longevidade, informou o órgão.

JÚLIA GALVÃO / Folhapress

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