Com drone, Lei Seca no RJ flagra motorista que cobra para ajudar burlar blitz

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A fiscalização da Lei Seca, no Rio de Janeiro, flagrou motoristas que cobram dinheiro para ajudar quem tenta escapar da blitz. Esses motoristas foram apelidados de ‘fada’ pelos agentes, e cobram para retirar o veículo do ponto da fiscalização. Após alguns metros, o carro é devolvido ao motorista em situação irregular.

O drone operado por agentes da Lei Seca fez o flagrante na Barra da Tijuca, zona oeste, no dia 14 de abril; as imagens foram divulgadas na sexta (19). O motorista de camisa azul-claro é multado por não ter carteira de habilitação.

Ele é informado que, para sair do local com o veículo, precisa apresentar uma pessoa habilitada. Nesse momento, um homem de camisa preta, se aproxima — ele é um fada.

Esse fada foi identificado pelos agentes como Thiago Almeida Bianchi de Mattos, e é suspeito de ficar no entorno da blitz para levar o carro de motoristas impedidos de dirigir, cobrando até R$ 300 para isso.

Nas imagens divulgadas, Mattos assume o volante, e o jogador entra no banco traseiro. O carro sai do ponto da blitz, mas para menos de 500 metros depois, em uma viagem de 30 segundos.

Os dois desembarcam e acertam o valor do serviço. O motorista, sem carteira, assume o volante novamente. Mas, logo adiante, ele é parado por agentes da Lei Seca, que monitoravam o esquema por drone. Os dois foram levados para uma delegacia.

O jogador de futebol foi multado duas vezes na mesma noite por dirigir sem habilitação; já o motorista Thiago Almeida Bianchi de Mattos foi preso em flagrante.

De acordo com a Polícia Civil, ele cometeu um crime quando entregou a direção do carro a uma pessoa não habilitada. A pena prevista é de seis meses a um ano de detenção. Após pagar uma multa e perder sete pontos na carteira, vai responder em liberdade.

Um levantamento feito pela Lei Seca mostrou que, desde 2021, Mattos já dirigiu para 815 motoristas multados. A reportagem tentou entrar em contato com Mattos, com o número de telefone disponível no boletim de ocorrência, mas não obteve retorno.

Em nota, a Lei Seca afirmou que “tem sido realizado um grande levantamento sobre a atuação de motoristas que são usados como recondutores por motoristas flagrados dirigindo sob o efeito do álcool”.

“A Lei Seca também esclarece que dos motoristas pegos no bafômetro, e que sejam surpreendidos dirigindo logo em seguida, serão autuados novamente. No caso dos recondutores serem flagrados passando o veículo a um motorista inflacionado por dirigir sob o efeito do álcool, ele também é multado e autuado”, acrescentou.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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